terça-feira, 29 de janeiro de 2019

ITINERÁRIO DA ESPIRITUALIDADE...


Por: Cláudio Márcio[1]
“Ó Deus dos justos\ Por favor, venha me socorrer\ Ó Deus dos justos\ Ó Deus... Toque apenas, com as pontas dos seus dedos\ Que tudo se resolverá, tudo se resolverá\ Tudo se resolverá, o povo se acalmará\ Senhor Deus”. (Edson Gomes)


Ó Deus, acompanhei uma mãe ouvindo suas dores pelo fato de seu filho ter ido para “o caminho das drogas”. Ela chorava e eu fiquei completamente “destruído”. Cada relato na escuta pastoral me fazia perceber a fé daquela irmã com muita admiração.
Ah, Senhor, nós criamos redes de afetividades movidos pela crença na espiritualidade diaconal. Acreditamos na vida e por ela batalhamos cotidianamente. No caminho nem sempre temos sorrido. “As minhas lágrimas têm sido o meu alimento de dia e de noite, porquanto se me diz constantemente: Onde está o teu Deus?” (Sl 42.3)  
            Tem sido muito difícil seguir... Todavia, assim como a canção popular sinaliza, faço minha profissão de fé: “Ei, dor\Eu não te escuto mais\Você não me leva a nada\ Ei, medo\ Eu não te escuto mais\ Você não me leva a nada\ E se quiser saber pra onde eu vou\ Pra onde tenha Sol\ É pra lá que eu vou”.
            Brotou no peito a esperança após aquele jovem dizer: “preciso de ajuda”. Estamos orando e encaminhamo-lo para um local específico de tratamento. Sabemos que não é (será) rápido, pois, é uma situação extremamente complexa e p-r-o-c-e-s-s-u-a-l. Esperamos que tudo ocorra bem e que aquela mãe volte aos poucos a gargalhar.
            Hoje minha oração é por essas famílias que enfrentam essa realidade demasiadamente difícil. Que o mistério que chamo de Deus toque em nossas mãos para resolver e ou apenas segurar em nossas mãos dizendo: “Não temas, porque eu estou contigo; não te assombres, porque eu sou teu Deus; eu te fortaleço, e te ajudo, e te sustento com a destra da minha justiça”. (Is 41.10)

(Prece feita em 29-01-19)






[1]  Reverendo da IPU de Muritiba (cidade serrana do Recôncavo da Bahia).

terça-feira, 15 de janeiro de 2019

O símbolo da graça do Deus Criador



Por: Jussiana Silva[1]

Quando uma criança rompe o ventre
É como um arco-íris em seu esplendor
Acreditamos novamente na vida
E nosso escudo passa a ser o amor

Evidente que os medos aparecem
O choro faz parte da trajetória
Mas existem os momentos felizes
Estes marcam a nossa história

Que cada criança seja aquecida
Com o laranja do sol da retidão
E que nos dias de trevas seja a luz amarela
Que dissipe a escuridão

E que seus pais não percam o verde-esperança
E que as encham do vermelho-amor
E que o céu azul-anil seja sempre
O símbolo da graça do Deus Criador

E que o mistério da cor violeta
Reapareça em um novo ventre
Cessando a tempestade que assusta
E selando um novo arco perene




[1] Possui graduação em LICENCIATURA HISTÓRIA pela Universidade Estadual de Feira de Santana (2003), bacharelado em SERVIÇO SOCIAL pela Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (2014) e mestrado em Educação pela UEFS (2017).

quinta-feira, 10 de janeiro de 2019

ITINERÁRIO DA ESPIRITUALIDADE...


“Não sei por que você se foi, quantas saudades eu senti. E de tristeza vou viver e aquele adeus não pude dar” (Tim Maia)
“Disse-lhe Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida. Aquele que crê em mim, ainda que morra, viverá; e quem vive e crê em mim, não morrerá eternamente. Você crê nisso?” (João 11: 25-26)


Por: Cláudio Márcio 

Ó Deus, camarada que caminha ao meu lado ombro a ombro. Bendito seja seu nome nesta manhã que criaste.

Ó Mistério que recria meu olhar, tenha piedade de mim. Esses dias sofri a perda de um amigo de maneira confusa e extremamente dolorosa.
Ah, Senhor. O que de fato ocorreu? Como a família encontrará forças? Nós seus amigos estamos completamente aniquilados.

Sei que em breve a vida irá sorrir novamente. Os pássaros cantarão as mais lindas canções. As rosas perfumarão o caminho e tudo seguirá seu rumo. Sim e não, eu sei Senhor. Nada será do mesmo jeito, pois, tudo mudou.

Preciso de sua ajuda Deus. Venha me socorrer!  Limpa as lágrimas do meu rosto.

Será difícil me acostumar com a ausência de quem em tudo se faz presente. Cada refeição partilhada com aquele lugar vazio na mesa.
Ó Deus, há uma lacuna existencial. Como preencher?
Evidentemente que o rito fúnebre é cultural e histórico, assim, a partir da fé cristã me acalmo com a fé na ressurreição, uma vez que, de algum modo, suspeito que a vida é mais forte que a morte.

Viverei de forma processual ressignificando o olhar, as emoções e a vida. Parado não posso ficar. Deus é movimento que recria a existência. Hoje não posso dançar ao som de sua flauta, todavia, um dia meu corpo será festa.
                                        
(Prece feita em 09-01-19)