quinta-feira, 30 de julho de 2015

Senhor, grato com a possibilidade de ser dedo Teu...



Fiquei esses dias refletindo como alguns religiosos costumam se “esquivar” de compromissos cotidianos e jogam a responsabilidade para o Divino, onde, de algum modo, ainda que indiretamente, dizem: “tal situação se encontra assim e só o Senhor pode mudar”! Ora, essa afirmação é parcialmente “verdadeira”. Todavia, é demasiadamente “PERIGOSA” (como usava costumeiramente o saudoso Rev. João Dias de Araújo).
Perigosa na medida em que a experiência de fé pode-deve provocar processos de empoderamento de sujeitos sociais que buscam-promovem espiritualidades emancipatórias, acolhedoras e dialógicas. É preciso tomada de consciência (no contexto da fé cristã) da Graça de Jesus de Nazaré e, isso deve ser suficiente para sermos alguém melhor nas diversas funções e ou identidades que assumimos na caminhada.
Honestamente, penso que muitas vezes a fé está sendo vivida por muitos de maneira “infantilizada”. O problema não é “ser criança” (dependente dos seus responsáveis), mas, não perceber que já chegou à hora de cuidar e se tornar responsável por outr@s, “Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como menino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino” (I Cor. 13.11).  O problema é jogar nas mãos de Deus o que é responsabilidade nossa! Estou cansado!
Se Deus é apenas uma palavra em sua boca, nunca será o dedo dEle na história.

Há Braços
Cláudio Márcio[1]









[1] Reverendo da Igreja Presbiteriana Unida (IPU) em Muritiba (cidade serrana do Recôncavo Baiano).