Por: Paulo Roberto Silva
Como é
possível caber na razão tanto desprezo impresso?
A história
como memória nos arde em opressão,
Em cada tino
um gesto angustiador;
Em cada
destino a repetição do açoite;
Nos cortando a
carne a golpes de navalha;
Num
demonstrativo infeliz de que não podemos ser gente;
Que não temos
como nos desvencilhar das correntes!
Num banzo
atual me debruço;
Me recordando
que ergui-me para o dia em liberdade;
Mas, eis que a
covardia do branco ocidente,
Sob ideias de
um pavor da cruz;
Nos lançou
negritude aprisionada.