Por: Cláudio Márcio Rebouças da
Silva
O
convite de Jesus de Nazaré para segui-lo é algo extraordinário e ao mesmo tempo
“assustador”. Extraordinário pelo fato de compreendermos que Ele nos amou
primeiro e veio ao nosso encontro para nos salvar e oferecer uma nova
perspectiva de existência! Ele é bom pastor, é libertador, é luz que brilhou em
nossa escuridão, é pão que alimenta nossa fome. É mistério que nos aproximamos
com fé, devoção e obediência.
Por obediência, devemos refletir
sobre a dimensão do “assustador” que envolve essa relação com Deus, pois, nos
perguntamos constantemente: o que Ele
quer de nós? Como e quando devemos agir? Quais são nossas limitações e
potencialidades? O que estou fazendo se sou cristão? O que significa ser líder
reformado ecumênico no século XXI? Essas são questões para serem pensadas com
calma, ou seja, não cabe uma resposta apressada. São questões individuais e
coletivas. São questões que precisam de respostas corajosas e comprometidas.
Ao
observarmos esse contexto histórico pandêmico e o caos político que estamos
imersos nós choramos! Sim, “temos sangrado demais – temos chorado pra
cachorro”. Lamentamos profundamente tantas vidas ceifadas e um (des)governo
a favor do “esquadrão da morte”. Para
lembrar de Edson Gomes (cantor de reggae do recôncavo baiano) podemos dizer: “a
lua não é mais dos namorados. Os velhos já não curtem mais as praças” e
ainda: “o campo de batalha cheira a morte – no campo de batalha a morte é
mais forte”.
De
fato, não conseguimos respirar! Como esperançar diante deste caos? Nossa
subjetividade anda encontra-se moída e não conseguimos sorrir com força e
beleza! Parece que pintaram tudo de cinza e toda gentileza foi vencida por ódio
e derramamento de sangue. O nosso silêncio tem sido barulhento e as muitas
dúvidas deixam nossos passos inseguros na jornada. Todavia, precisamos lembrar
que somos homens e mulheres de fé. Fé madura que não possui todas as respostas.
Fé madura que luta e sabe que somos vulneráveis.
Ora, como pessoas de fé aprendemos com
o apóstolo Paulo que devemos desenvolver ‘fé, esperança e amor”. Com o
missionário e teólogo Richard Shaull fomos instruídos a “orar, estudar e
agir”. O Presbitério do Salvador tem vivido um tempo novo com muitos
desafios. Honestamente defendo no que tange aos novos campos missionários que
devemos “orar, cuidar e contribuir”. Evidentemente que essas tríades não
são receitas prontas ou caminhos que se excluem. Na realidade são como
tipologias diante de nós que são adaptadas e avaliadas constantemente como a
complexidade da vida.
É com imensa alegria que o
Presbitério do Salvador recebeu nos últimos anos os reverendos Alexandre e
Cássio. Agradecemos a Deus pela vida da reverenda Makiko (louvado seja Deus). O
casal Gartrell encerrou seu ciclo no Brasil. Também acompanhamos de perto a
trajetória do nosso reverendo Amorim Jr. Quanta alegria em nossos corações. A
pastora Gabriela chegando processualmente e Deus continuará orientando os
próximos passos.
Com efeito, hoje é dia celebrar a
chegada do reverendo Vítor Souza. Os dias são difíceis (não duvidamos), porém,
Deus é um manancial no deserto. Deus nos convida: sê tu uma bênção! O reverendo
Vítor tem sido uma bênção em nosso PSVD. Muito obrigado, Senhor pela vida do
teu servo.
Desta maneira, seguimos agradecidos (as) e não
abrimos mão da teimosia do Evangelho da libertação, uma vez que, “Deus amou
o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que
nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. Porque Deus enviou o seu Filho ao
mundo, não para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele”
(João 3:16,17). Sabemos também que “somos salvos pela graça, por meio da fé,
e isto não vem de vocês, é dom de Deus; não por obras, para que ninguém se
glorie” (Efésios 2:8,9.
Meus irmãos e minhas irmãs, o
CC-PSVD tem percebido o sopro subversivo do Espírito nos dizendo: “e eis que
eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos. Amém” (Mateus
28:20). E ainda: “Não temas, porque eu sou contigo; não te assombres,
porque eu sou teu Deus; eu te fortaleço, e te ajudo, e te sustento com a destra
da minha justiça” (Isaías 41:10).
Nossa fé tem nos revelado a face
cheia de amorosidade de Deus. Deus nos convida a semear, porém, uma semente
parada no bolso ou num celeiro não dará garantia de boa colheita. Neste tempo
difícil experimentado por nós eu quero lembrar a vocês que “os que semeiam
em lágrimas segarão com alegria. Aquele que leva a preciosa semente, andando e
chorando, voltará, sem dúvida, com alegria, trazendo consigo os seus molhos” (Sl
126. 5-6). De fato, não podemos esquecer que “uma planta, o outro rega; mas
Deus deu o crescimento” (1 Coríntios 3:6)
Pastor Vitor, lembre-se que “todo
jardim começa com um sonho de amor. Antes que qualquer árvore seja plantada ou
qualquer lago seja construído, é preciso que as árvores e os lagos tenham
nascido dentro da alma. Quem não tem jardins por dentro, não planta jardins por
fora e nem passeia por eles... “(Rubem Alves)
Irmãos e irmãs, Deus ouviu o nosso
clamor e tem enviado pastores e pastoras ao nosso PSVD. Que sejamos todos(as)
agradecidos(as) e comprometido(as) com o testemunho da Justiça e da paz! Cristo
é nossa paz e nos fez unidade na diversidade. Avante, IPU! Bem-vindo reverendo
Vítor!
CEBI