Por: Cláudio Márcio Rebouças da Silva[1]
Mistério
que nos acolhe com braços amorosos e em tua presença recebemos poder para testemunhar o Evangelho
da libertação e servir ao próximo com compaixão. Em cada rosto da estrada um pouco de ti. Em
cada canto de pássaro tua voz se faz ouvir. Quando contemplo a irmã borboleta e
o irmão beija-flor não paro de sorrir.
Teu
sou eu, Senhor, me consagro a ti. Intercedo por este mundo teu e carente de ti.
Dias difíceis temos vivido, por favor, enxuga
nossas lágrimas, segura nossa mão e recria os nossos passos. Queremos caminhar
em direção a ti e contigo todos os dias. És como uma grande Jaqueira na cidade
serrana do Recôncavo baiano, quero ficar em tua sombra e descansar em ti.
Deus
na vida, almejo o dia em que as crianças voltem a brincar nas praças da cidade.
Deus da vida, almejo o dia em que as mesas estejam repletas de pão. Deus da vida,
almejo o dia em que o pandeiro nos convoque para celebração. Deus da vida,
almejo o dia em que não encontre mas um corpo negro sangrando no chão.
Deus da vida, almejo o dia em que os
territórios indígenas e quilombolas não sejam usurpados por mineradoras e pelo
agronegócio. Deus da vida, almejamos o dia em que não veremos mulheres violentadas,
estupradas e vítimas do feminicídio. Deus da vida, que nenhum gay seja
espancado e morto por viver sua sexualidade. Deus da vida, precisamos de uma fé
comprometida com a defesa da vida e dos direitos humanos.
Ensina-nos,
ó Deus, como igreja e sociedade a viver uma espiritualidade diaconal. Amar e
não julgar. A acolher e não silenciar. Ensina-nos, ó Deus, a cuidar e proteger.
Que nossa voz seja som de justiça e esperança. Que nossos olhos brilhem ao
sermos surpreendidos por tua graça. Que a fé nos aponte ao recomeço coletivo de
uma nova humanização.
Escuta
Senhor a nossa prece neste dia, pois, fazemos em nome do teu filho, Jesus
Cristo, amém.