A vida-vinda do Rev. João Dias em nossa comunidade
(IPU MURITIBA-BA), é sempre uma fé-festa. Não só como intelectual que marcou o
protestantismo histórico brasileiro, mas, como um humano engajado em defesa da
terra, da justiça e da vida. Sim! Houve um homem enviado por Deus cujo nome era
João... E, neste domingo (28/07/13), pela manhã, nos desafiou refletindo sobre
a IPU.
Aqui,
faço uma tentativa de síntese de um aulão de 50 min. em nossa EBD com o
seguinte tema: IPU/ DESAFIO NOSSO DE CADA DIA. Bem, João Dias colocou sua
reflexão como um ensaio para a comemoração dos 35 anos da IPU-NACIONAL que
ocorrerá em Atibaia-SP no mês de setembro do corrente ano.
Assim,
a tríade discursiva baseou-se em: 1) Por que (como) surgiu a IPU? 2) Quem é a
IPU hoje? 3) Quais são os nossos desafios? Como se sabe, a IPU não abre mão de
sua herança histórica Reformada. Isto é, deve-se olhar não só valorizando a
vida-vinda de missionários (as), mas exercer criticidade nos seus equívocos
para poder avançar na jornada, pois, como aponta o cientista da religião Jorge
Pinheiro, falando sobre um tipo de missões feito aqui no Brasil de forma não
dialogal, "vivemos estranhos no próprio ninho".
Foram
colocadas as posturas "inquisitórias" da IPB, sobretudo em relação a
juventude presbiteriana brasileira: Inquietação de muitos em não perceber as
mulheres em cargos de liderança na igreja; perseguição aos eclesianos e
professores dos seminários teológicos; exclusão de vidas em detrimento de
regimentos de morte...
Após
algumas reuniões dos excluíd@s e formação da FENIP, o Sopro de Deus e do
humano, nasce a IPU. Comunidade ecumênica de diálogos múltiplos. Isto é, seja
na praça da cidade ou em órgãos como: CMI; CONIC; CESE; CEDITER...
As mulheres possuem voz através de conquistas,
conflitos, afirmações identitárias e assumindo cargos que eram entendidos apenas
como papéis sociais masculinos.
A IPU
e sua tentativa de ser voz profética, uma vez que o Pai nosso e o pão nosso não
podem se separar. Há sem dúvida alguma uma tentativa de estabelecer diálogo com
a cultura, com o chão, com as brasilidades... Contudo, os desafios são grandes,
pois, em relação ao diálogo inter-religioso, João Dias nos desafiou a perceber
o Sopro do Espírito em outras religiões e, que podemos sim apreender com eles
no caminho.
Penso
que agora cabe também um pouco de minhas inquietações sobre os desafios da IPU.
Logo, a voz profética que faz parte do ethos da IPU, só serve para outros
grupos? Uma voz profética na IPU denunciaria o quê? O diálogo inter-religioso
no final traduz-se em proselitismo? Como a IPU debaterá o paradigma gay? Ou
seja, um gay poderá ser um eclesiano? Se sim, poderá exercer liderança? Será que temos algo a apreender com os
pentecostais e ou neopentecostais, tendo em vista seu crescimento (sonho da
IPU)? Os espaços de comunicação (rádio, tv, net) não podem ser (mais) ocupados
por nós? Será que temos escutado
(problematizado) dialogado com Cientistas Sociais? Cientistas da Religião?
Psicólogos? Assistentes Sociais? O teólogo (a) dá conta de tudo?
Aqui insisto
como o cantor Marcelo D2 "deixa eu dizer o que penso desta vida, preciso
demais desabafar". Tenho dito: amo minha igreja (IPU). Entretanto, o que
encontro muito no caminho é ancião com saudade da IPB e uma juventude que não
sabe o que é ser IPU. Evidente que isso não é geral! Penso que o “slogan” de
nossa revista nacional pode me ajudar neste momento. Isto é, SOU CRISTÃO, MINHA
IGREJA É A IPU... É isso! É político e identitário! IPU: MOSTRA TUA CARA!
De quem muito se pergunta também: "que
estou fazendo se sou cristão?"
Por: Cláudio Márcio
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