Se aproximando de terminar o curso de teologia no
STBNe e, não conseguindo nenhuma comunidade para pastorear, brinquei um dia no
corredor do seminário com o Rev. João Dias: "não tem uma igreja da IPU
para eu ser pastor não?" Ora, a resposta foi sim. Naquele momento,
começamos a orar, a estudar documentos da IPU e, através de processos de
orientação e acolhimento, junto ao que se entende por sopro do Espírito, fui
para IPU.
Cabe
ressaltar aqui que tenho laços fraternos com muitos irmãos da batista,
principalmente alguns espaços que para mim são referência de reflexão
intelectual-política-religiosa. Ou seja, abalizo a experiência da igreja
Batista de Bultrins (PE), do Pinheiro (AL), Nazareth e Comunidade de Jesus
(BA). Sim, essa também é minha turma!
Desta
maneira, fui participar do I ENCONTRO DE FORMAÇÃO DE LIDERANÇA DA ALIANÇA
BATISTA DO BRASIL (em Feira de Santana). Experiência marailhosa! Se não fosse o
suficiente rever amig@s, o construto reflexivo foi de alta qualidade. Ali, o
texto bíblico era lido por perspectivas distintas, pois, este é um dos desafios
que encontramos em cada esquina e ou praça da cidade.
Confesso
honestamente que espero por debates desta qualidade em nossa querida IPU. Tenho
uma leve impressão que muito da dimensão progressista de nossa comunidade foi
perdendo. Ou seja, como diria o velho Max Weber, o carisma com tempo tende a
institucionalizar-se.
Não
estou arrependido de ter saído da Batista, não é isso! Sou grato ao acolhimento
da IPU. Aqui é meu locus! SOU CRISTÃO: MINHA IGREJA É A IPU! Entretanto,
rememorar nossa bela história e não produzir novos engajamentos, caminhar em
novas fronteiras, para mim, se aproxima de uma religiosidade alienada.
O
processo de alteridade faz com que a gente se perceba no espelho do outro e,
durante o encontro da Aliança Batista, sentir-me desafiado cada vez mais a
refletir como ser uma comunidade relevante para os nossos dias. Sim, foram
debatidas questões sobre o corpo, sobre as sexualidades, sobre maior diálogo
com as brasilidades... Sim, o teólogo luterano André Musskopf nos desafiou com
um pensar teológico gay, assim como, o diálogo inter-religioso se efetivou com
a presença de representantes de religiões de matriz africana.
Estamos
prontos ou queremos isso? Sei que a IPU também possui sua pluralidade em cada
comunidade e que muitos desses espaços estão debatendo esses e outros pontos...
Minha provocação aqui é como perspectiva identitária que é sempre política, é
disputa. Por isso, insisto: IPU, MOSTRA TUA CARA!
O
pastor Dijalma Torres (Batista) recebeu homenagem do governo federal como líder
construtor de respeito das diferentes crenças, contra a intolerância religiosa
e, a Aliança Batista agradeceu em um culto pela caminhada deste pastor.
Sim,
a ALIANÇA BATISTA está lendo, cantando, dançando e ressignificando pontos da
nossa canção "JÃO" e, ao mesmo tempo que agradeço a Deus por tudo
isso, devo perguntar o que esta canção representa para nós? Estamos deitando
para dormir sem se perguntar: QUE ESTOU FAZENDO SE SOU CRISTÃO? Deveríamos em
nossa honestidade diante do mistério que chamamos Deus refletir: AINDA SOU IPU?
Encerro
esta reflexão, já que comemoramos neste mês a Reforma Protestante em nossas
comunidades, problematizando um dos seus princípios: IGREJA REFORMADA SEMPRE SE
REFORMANDO?
Forte
Abraço
Cláudio
Márcio
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