Por: Cláudio Márcio
Ó Deus, a quem suplico e exalto cotidianamente,
graças e louvores ao Teu nome.
Mistério que me acolhe e produz sentido na jornada,
cantarei para Ti.
Seguro em suas mãos vou construindo pontes e
derrubando os muros.
Até que a paz e justiça se beijem... serei
mensageiro do amor.
Como um pescador ao lançar
a rede, esperarei em Ti.
Como a marisqueira
distingue a maré, quero Te conhecer.
Como a artesã coloca
a cerâmica no fogo, esperarei em Ti.
Como o agricultor
reconhece a terra que pisa, quero Te conhecer.
Ó Deus, ao ouvir o som da sua voz, meus olhos
se enchem de esperança.
Confesso que nem sempre é fácil entender o que
dizes. Nesta hora fico em silêncio.
Ah, Senhor, o problema é o “barulho” da minha
existência.
Meus medos, anseios, limitações, contradições,
(des)encantos.
Como uma baiana ao
preparar seu tabuleiro, quero te servir.
Como o som do berimbau
agrupa pessoas, quero convidar sujeitos sociais para roda.
Como samba de roda
faz o corpo celebrar, farei isso em memória de Ti.
Como o reggae e sua
vibração, serei resistência entre denúncias e anúncios.
Ó Deus, sigo com Chico: “amanhã vai ser outro dia”. Tenho certeza!
Com Raul: “fé
em Deus fé na vida”. Sim, eu creio!
Cartola diz que “finda a tempestade o sol nascerá”. Já vejo uma luz.
Belchior “amar
e mudar as coisas me interessa mais”. Recriar-se novamente.
(Prece feita em 20-12-18)