Por: Cláudio Márcio R. da Silva
Suspeito que é sempre bom saber em quem temos crido. Cada um(a) tem
vivido dias extremamente difíceis e, a dimensão da fé, isto é, do cultivo da espiritualidade,
tem nos colocado de pé. Estou falando da presença misteriosa de Deus no chão da
vida. Digo fé na “rapaziada e na mulherada”. Digo fé no que virá! O que virá?
Acredito que “gentileza gera gentileza”, assim sendo, “quem sabe o
que planta não teme a colheita” (Gl 6.7). De fato, como sugere o velho Raul:
“eu é que não me sento no trono de um apartamento com a boca escancarada,
cheia de dentes, esperando a morte chegar”.
Devemos sim continuar nutrindo nossas utopias com dimensões do esperançar.
Reinventar-se mais uma vez é a ordem do dia! Denunciar e anunciar! Sei que
diante de nossos olhos, por vezes, só tristeza, injustiças múltiplas,
mercenários da fé, direitos sociais conquistados historicamente sendo ameaçados
e esfacelados. O que fazer? Como resistir? Bem, apesar deles e delas
acredito com o poeta que “amanhã vai ser outro dia”.
Assumir uma fé libertadora em nosso cotidiano atrelada a uma pedagogia
do cuidado é imprescindível. Sejamos amigos de Deus sendo amigo de humanos. Sejamos
amigos de Deus sendo amigo de toda sua criação!
Assim sendo, sinaliza São Francisco de Assis: “louvado seja Deus na Natureza- Mãe gloriosa e bela da Beleza. E com
todas as suas criaturas: pelo irmão senhor Sol, o mais bondoso- e glorioso
irmão pelas alturas- o verdadeiro, o belo, que alumia- criando a pura glória –
a luz do dia!”
Irmãos e irmãs, devemos lembrar que “não existe maior amor do que
este: de alguém dar a própria vida por causa dos seus amigos” (João 15.13).
Você é amigo(a) da criação? Se sim, como tem cuidado deste complexo chão que
pisamos chamado de casa comum? “Irmãos, minhas irmãs, vamos cantar nesta
manhã - pois renasceu mais uma vez - A criação nas mãos de Deus. Irmãos, minhas
irmãs - Vamos cantar aleluia, aleluia, aleluia” (Padre Zezinho)
Minha oração:
Faço minha prece hoje pelos povos originários da floresta. Rogo a Deus
pela garantia da biodiversidade. Peço a Deus que acorde meus irmãos e irmãs
deste sono profundo e da inércia da fé que não se traduz em vida plena. Ó Deus,
desejamos o “Teu óleo” em nossas cabeças e não esse que contamina e destrói
nossos mares. Ó Deus, desejamos o “Teu fogo” que aquece nossos corações para o
caminho da fraternidade e não o incêndio criminoso em nossas florestas. Ó Deus,
desejamos águas para nos purificar de nossas impurezas e não um lamaçal destruidor
da vida múltipla. Ó Deus, desejamos o
fortalecimento da agricultura familiar e solidária e não o envenenamento do
solo.
Ah, Senhor, nosso lamento de dor, grito de agonia e choro de misericórdia.
Que Tu, Pai-Mãe continue fortalecendo os
braços dos nordestinos, a luta dos indígenas e a esperança dos brasileiros que
ainda acreditam na justiça social.
Que maravilha ler um texto como esse!
ResponderExcluirEstamos juntos 😉
ExcluirRealmente, que maravilha. Parabéns Rev.
ResponderExcluirGrato 😉
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