Por: Rev. Cláudio
da Chaga Soares
Creio no Deus de João, o
Imerso, que grita em nossos ouvidos como um trovão no deserto e que nos
encoraja a preparar a nossa casa para a Sua vinda, dizendo: “Tornem o caminho
plano e reto! Toda estrada esburacada seja consertada, todo obstáculo eliminado,
os desvios alinhados e todas as estradas de terra sejam pavimentadas para que
todos vejam o desfile da salvação de Deus.
Creio no Deus de João, o
Imerso, que nos convida ao Batismo e deseja que seus filhos e filhas vivam
imersos na realidade do mundo como testemunhas do seu Reino e Ele nos exorta
com palavras duras desafiando a cada um de nós a que saiamos da zona de
conforto, nos mostrando a seriedade desse Sacramento, nas palavras do Batista:
“Vocês que vem para receber o Batismo, apenas por moda e tradição, ouçam: ‘Raça
de serpentes! O que pretendem, rastejando até o rio? Acham que um pouco de água
nessa pele de cobra vai fazer alguma diferença? É a vida de vocês que precisa
mudar, não a pele! E não pensem que podem melhorar a situação invocando Abraão
como pai. Ser descendente de Abraão não ajuda nesse caso. Os descendentes de
Abraão são muitos. Mas até destas pedras Deus pode fazer descendentes de
Abraão. O que conta mesmo é a vida. A vida de vocês mostra frutos? Se estiver
como madeira morta, só serve para o fogo.’”
Creio no Deus de João, o
Imerso, que nos convida à partilha para que os que não tem nada, tenham, pois
“quem tiver duas mudas de roupa dê uma para alguém” e “façam o mesmo com a
comida”.
Creio no Deus de João, o
Imerso, que critica a lógica do Capital, ao dizer: “Nada de extorsão. Cobrem
apenas o necessário”.
Creio no Deus de João, o
Imerso, que detesta as políticas de morte adotadas por governantes oportunistas
e que, em nome da segurança e dos interesses da Propriedade Privada, assassinam
os mais pobres, negros, mulheres e crianças. O profeta afirma: “Nada de violência nem de chantagens, e
estejam satisfeitos com o salário de vocês”.
Creio no Deus de João, o
Imerso, que através do Batista, nos ensina que o Batismo não é um fim em si
mesmo e nem pode ser usado para autopromoção, mas aponta para Jesus, o Cristo,
e o seu desejo de uma Nova Criação: “Eu batizo vocês aqui no rio. O
protagonista desse drama, perante o qual sou apenas um figurante, acenderá a
vida do Reino em vocês, um fogo interior, o Espírito Santo dentro de vocês,
operando a mudança de dentro para fora. Ele vai limpar a casa. Fará uma
varredura completa na vida de vocês. Tudo que for autêntico será posto no lugar
certo, na presença de Deus; o que for contrário à verdade será jogado fora com
o lixo, para ser queimado”.
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