Por:
Cláudio Márcio Rebouças da Silva[1]
Todo
muro é derrubado com ações de fé e coragem
O
amor nos move para misericórdia e compaixão
Ao
acolher sou imerso na alteridade e na empatia
No
rosto de alguém é minha imagem que encontro
Todo
muro é derrubado com marretadas subversivas
A potência
da vida cria na crise e estabelece outra realidade
Na teimosia
continuamos a jornada – pão nas mesas e cercas no chão
A mão
que ora precisa ser a mesma da luta e da partilha
Todo
muro é derrubado quando a mesa da comunhão produz riso e acolhimento
Não
cabe sentenças, murmúrios, indiferenças e exclusivismos
A beleza
da diferença nos revela a face amorosa e plural de Deus
Cores,
sons, sabores e cheiros – vem, há lugar para você
Todo
muro é derrubado quando não limitam o perfume das flores nos jardins
A lagarta
vira borboleta e experimenta novos ares
A semente
se transformará em árvore com sombra e alimento
Tudo
tem seu tempo – acredite: nosso choro um dia será festa
Todo
muro é derrubado quando somos capazes de escutar e superar preconceitos
A
dor de alguém (física ou existencial) precisa ser vista, cuidada e sarada
Um
aperto de mão – um abraço – um colo – um beijo na face
A
espiritualidade é serviço e afetividade
Todo
muro é derrubado no contexto quaresmal quando superamos rituais frios
Oração
- jejum – autoconhecimento – conversão
Tempo
de mudança para encontrar no deserto um manancial
Tempo
de lembrar que Ele nos amou primeiro – nos salvou – nos fez sorrir