segunda-feira, 22 de fevereiro de 2021

TODO MURO É DERRUBADO...

 

Por: Cláudio Márcio Rebouças da Silva[1]

 

Todo muro é derrubado com ações de fé e coragem

O amor nos move para misericórdia e compaixão

Ao acolher sou imerso na alteridade e na empatia

No rosto de alguém é minha imagem que encontro

 

Todo muro é derrubado com marretadas subversivas

A potência da vida cria na crise e estabelece outra realidade

Na teimosia continuamos a jornada – pão nas mesas e cercas no chão

A mão que ora precisa ser a mesma da luta e da partilha

 

Todo muro é derrubado quando a mesa da comunhão produz riso e acolhimento

Não cabe sentenças, murmúrios, indiferenças e exclusivismos

A beleza da diferença nos revela a face amorosa e plural de Deus

Cores, sons, sabores e cheiros – vem, há lugar para você

 

Todo muro é derrubado quando não limitam o perfume das flores nos jardins

A lagarta vira borboleta e experimenta novos ares

A semente se transformará em árvore com sombra e alimento

Tudo tem seu tempo – acredite: nosso choro um dia será festa

 

Todo muro é derrubado quando somos capazes de escutar e superar preconceitos

A dor de alguém (física ou existencial) precisa ser vista, cuidada e sarada

Um aperto de mão – um abraço – um colo – um beijo na face

A espiritualidade é serviço e afetividade

 

Todo muro é derrubado no contexto quaresmal quando superamos rituais frios

Oração - jejum – autoconhecimento – conversão

Tempo de mudança para encontrar no deserto um manancial

Tempo de lembrar que Ele nos amou primeiro – nos salvou – nos fez sorrir

 

 


 

 

 



[1] Pastor da IPU em Muritiba (cidade serrana do recôncavo da Bahia).

sábado, 6 de fevereiro de 2021

SOU MENSAGEIRO DA ESPERANÇA E FAZEDOR DO ESPERANÇAR

 

Por: Cláudio Márcio R. da Silva[1]

 

O sol briga com as nuvens e hoje irá vencer

Brilhará com a força da recriação como mãe na hora do parto

Dor e beleza dão as mãos como poesia periférica

Do possível caos a nova ordem fé, festa e luta

 

Sou mensageiro da esperança e fazedor do esperançar

Toda nebulosidade é dissipada com luz de dentro e de fora

O mutirão da humanização é por garantia de direitos sociais

No beijo da paz e da justiça o pão e o livro se tornam um

 

Já pegou sua marreta? Derrubamos muros e construímos pontes

Já se sentou na mesa da fraternidade? Ninguém pode ficar de fora

Já afirmou seu lugar identitário? Não negue o do outro

Já falou o suficiente? Agora é hora de ouvir

 

Vamos precisar de muitas mãos com seus saberes e fazeres

Vamos precisar de muitas cores, muitos cheiros e sabores

Vamos precisar de muitos sons que produzam beleza como os pássaros matinais

Vamos precisar de todos e todas que ainda acreditam no amor

 




[1] Reverendo da IPU de Muritiba (cidade serrana do recôncavo baiano).