domingo, 13 de fevereiro de 2022

A IPU PODE CONTAR COMIGO?

 

Por: Cláudio Márcio Rebouças da Silva[1]

Olá, irmãs e irmãos das comunidades eclesiásticas da Igreja Presbiteriana Unida do Brasil. Espero que estejam bem e firmes no Evangelho de Cristo nosso camarada e Senhor. Sabemos que temos vivido dias turbulentos na conjuntura social e, não menos, em nossa subjetividade. Esperançar é o grito de ordem, porém, não tem sido fácil, contudo, como pessoas de fé podemos afirmar que até aqui Deus tem nos ajudado e que sem Ele nada podemos fazer.

É importante salientar que isso não significa a ausência de dores, medos, lutos, inseguranças, etç, isto é, a fé numa pandemia, não imuniza, na realidade, somos parte do povo da teimosia da fé que compreende que não andamos sozinhos(as) nestes dias caóticos e nebulosos. A fé é essa lanterna que abre caminhos e nos anima para jornada. A fé e a sensibilidade para a dinâmica do Espírito Santo nos fazem sorrir e cantar novamente em função de sabermos em quem temos crido e que o nosso redentor vive.

De fato, a fé no projeto de Deus encarnada em Jesus de Nazaré nos aponta para uma espiritualidade madura e diaconal. Como comunidade reformada ecumênica somos desafiados(as) a “escolher a vida e alargar a tenda”. Precisamos “trazer a memória o que nos dá esperança”. É diante deste sonho desafiador que nos colocamos no mutirão da defesa da vida e comprometidos(as) com a continuidade da reforma protestante em solo brasileiro.

Com efeito, é preciso se olhar e problematizar: o que a IPU de fato representa para mim? Que tipo de mudanças quero na IPU? Quero ser parte desta nova realidade que pode ser construída? Oro, cuido e contribuo com minha comunidade?  Meus dons e talentos são colocados para o serviço do Evangelho dentro e fora da comunidade? A IPU pode contar comigo? Se Deus nos chama para um momento novo essa voz rompe nossa surdez.

Irmãos e irmãs, trazer a memória não deve ser saudosismo ineficaz. A proposta pedagógica da ancestralidade é um paradigma que deve envolver dimensões simultâneas de mudança-continuidade. Não abrimos mão do belo testemunho daqueles e daquelas que nos antecederam, mas, temos que avançar. Temos que ter maturidade de corrigir possíveis equívocos e frutificar para a glória de Deus. Fé e coragem não apenas para denunciar injustiças, mas, para anunciar o dia da redenção.

Suspeito que precisamos responder para nós mesmos: que igreja fomos? Que igreja somos? Que igreja queremos ser? Não há mágica e nem palavras de autoajuda. Aqui é um convite para pensarmos um projeto de igreja que nos acolheu como somos e que precisa se perguntar se quer e é capaz de acolher aqueles e aquelas que estão por vir em breve. Que Deus nos oriente e nos ajude mais uma vez. Que nossa IPU seja uma bênção e uma luz nestes tempos sombrios. Amém!

           

 




[1] Reverendo da Igreja Presbiteriana Unida do Brasil em Muritiba (cidade serrana do Recôncavo da Bahia).

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