Por: Cláudio Márcio Rebouças da Silva[1]
Olá,
irmãs e irmãos das comunidades eclesiásticas da Igreja Presbiteriana Unida do
Brasil. Espero que estejam bem e firmes no Evangelho de Cristo nosso camarada e
Senhor. Sabemos que temos vivido dias turbulentos na conjuntura social e, não
menos, em nossa subjetividade. Esperançar é o grito de ordem, porém, não tem
sido fácil, contudo, como pessoas de fé podemos afirmar que até aqui Deus tem
nos ajudado e que sem Ele nada podemos fazer.
É
importante salientar que isso não significa a ausência de dores, medos, lutos,
inseguranças, etç, isto é, a fé numa pandemia, não imuniza, na realidade, somos
parte do povo da teimosia da fé que compreende que não andamos sozinhos(as)
nestes dias caóticos e nebulosos. A fé é essa lanterna que abre caminhos e nos
anima para jornada. A fé e a sensibilidade para a dinâmica do Espírito Santo
nos fazem sorrir e cantar novamente em função de sabermos em quem temos crido e
que o nosso redentor vive.
De
fato, a fé no projeto de Deus encarnada em Jesus de Nazaré nos aponta para uma
espiritualidade madura e diaconal. Como comunidade reformada ecumênica somos
desafiados(as) a “escolher a vida e alargar a tenda”. Precisamos “trazer
a memória o que nos dá esperança”. É diante deste sonho desafiador que nos
colocamos no mutirão da defesa da vida e comprometidos(as) com a continuidade
da reforma protestante em solo brasileiro.
Com
efeito, é preciso se olhar e problematizar: o que a IPU de fato representa para
mim? Que tipo de mudanças quero na IPU? Quero ser parte desta nova realidade
que pode ser construída? Oro, cuido e contribuo com minha comunidade? Meus dons e talentos são colocados para o
serviço do Evangelho dentro e fora da comunidade? A IPU
pode contar comigo? Se Deus nos chama para um momento novo essa voz rompe
nossa surdez.
Irmãos
e irmãs, trazer a memória não deve ser saudosismo ineficaz. A proposta
pedagógica da ancestralidade é um paradigma que deve envolver dimensões simultâneas
de mudança-continuidade. Não abrimos mão do belo testemunho daqueles e daquelas
que nos antecederam, mas, temos que avançar. Temos que ter maturidade de
corrigir possíveis equívocos e frutificar para a glória de Deus. Fé e coragem
não apenas para denunciar injustiças, mas, para anunciar o dia da redenção.
Suspeito
que precisamos responder para nós mesmos: que igreja fomos? Que igreja
somos? Que igreja queremos ser? Não há mágica e nem palavras de autoajuda.
Aqui é um convite para pensarmos um projeto de igreja que nos acolheu como
somos e que precisa se perguntar se quer e é capaz de acolher aqueles e aquelas
que estão por vir em breve. Que Deus nos oriente e nos ajude mais uma vez. Que
nossa IPU seja uma bênção e uma luz nestes tempos sombrios. Amém!
[1] Reverendo da Igreja Presbiteriana
Unida do Brasil em Muritiba (cidade serrana do Recôncavo da Bahia).
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