terça-feira, 31 de maio de 2016

NOSSOS VOTOS...

DE JUSSI PARA CLÁUDIO...
Há precisamente uma década estávamos perante Deus, nossos familiares e nossos amigos selando uma aliança de amor, fidelidade e cumplicidade, e hoje, em um processo ritualístico, rememoramos este ato simbólico e sobremaneira relevante em nossas vidas. Mas, ao escrever meus votos, fui rabiscando uma folha que não estava em branco, porque minhas mãos, guiadas pela alma, já estava completamente encharcada pelo amor que há dez anos selamos. Como afirmou Clarice Lispector, hoje “não me lembro mais qual foi nosso começo. Sei que não começamos pelo começo. Já era amor antes de ser”. Por isso, muitas palavras ditas quebram o encanto desse momento, a magia do teu olhar, a beleza do seu sorriso, a ternura de suas ações e o amor que me explode todos os dias ao teu lado. Te amo para sempre!

DE CLÁUDIO PARA JUSSI...
Crescemos na mesma igreja praticamente, mas, não éramos muito próximos. Já quando eu era seminarista e você estudante de História, as coisas começaram a mudar, lembra?  Desafios para saber quem “deixaria” o outro sem argumentos. A vontade de estar ao seu lado foi ficando cada vez maior. Entre o nosso primeiro beijo, o noivado, o casamento... não tinha dúvidas: você era (é) a melhor para mim! Confesso: sou tão feliz ao seu lado! Deus foi maravilhoso comigo. Dizer que te amo é pouco. Ora, já que nesses últimos anos tenho pesquisado festas populares de caráter massivo, poderia dizer que sou o teu devoto-folião e, você, minha festa, isto é, você tem cores, sabores, cheiros, sons que me completam. Reafirmo aqui meu amor por você. Que Deus te abençoe minha “malandrinha”.


sexta-feira, 20 de maio de 2016

JORGE NERY: UMA VOZ NECESSÁRIA!





(...)Cessai de fazer o mal, aprendei a fazer o bem. Respeitai o direito, protegei o oprimido; (Isaías 1, 17)(...) Ó vós, que transformais o direito em injustiça e amargura, e ainda lançais por terra a retidão e o bom senso! (...)mas, antes, jorre a equidade (respeito à igualdade de direitos) como uma fonte e a justiça como torrente que não seca.Amós  5.7, 24.

A sabedoria dos textos bíblicos nos convida a pensarmos na justiça, e aqui a justiça tem um sentido comunitário, fala de respeitar e proteger o direito, de não transformar o direito em injustiça e amargura e de não lançar por terra a retidão e o bom senso.  Deseja profundamente que ocorra o respeito à igualdade de direitos,  jorrando como uma fonte e a justiça corra como rios em terra seca. 
Não podemos pensar uma democracia onde alguns sejam mais iguais que outros, onde pessoas sejam excluídas ou apartadas de seus direitos. Lutamos por uma democracia, que seja radical, participativa, direta e plural, onde se crie instâncias de decisões para os diversos grupos sociais. Uma democracia social. Mesmo numa democracia oligarca em que vivemos, de gritante esvaziamento representativo, e indecente afastamento das lutas e demandas da população, insistimos na manutenção dos direitos constitucionais que estão assegurados formalmente, a igualdade de direitos. O respeito aos direitos humanos precisam ser garantidos e efetivados pelas instituições públicas e seus agentes responsáveis, destepaís, que tem a obrigação de permanecer nos contornos já assegurados e ampliá-los, como princípio de que a democracia é a morada de todxs. Estamos nas ruas lutando para barrarmos os retrocessos.
A comunidade protestante/evangélica neste país é plural e tem muitas vozes, muitos olhares e interpretações. Segmentos fundamentalistas e reacionários, articulados com forças fascistas e espúrias no Brasil e fora dele, vem assumindo bandeiras da ignorância e da intolerância à diferença e à diversidade a exemplo da  LGBTfobia. O discurso, feito por estes grupos religiosos, de que existe uma “ideologia de gênero”, como falsidade e invenção de um lado, e do outro, os defensores da natureza humana criada por Deus que estariam sendo violados, é uma falácia no mínimo extravagante. Nossa condição humana é sempre revestida de sentidos e significados construídos social e historicamente. Nos constituímos dentro de uma realidade social e simbólica que também é fruto da ação humana em sociedade. Nossa relação com a realidade é sempre mediada.  As identidades e suas performances acontece de forma dinâmica e aberta e não fixadas de uma vez para sempre, como querem os contornos dogmáticos destes discursos religiosos em particular. 
Distintos e diferentes tratados e legislações internacionais, advindos de respeitados organismos asseveram o que já assinalamos como: A OMS; a ONU; A Corte interamericana de direitos humanos, etc. que o Brasil é signatário. Nenhum grupo religioso pode querer imputar sua visão religiosa em particular sobre o restante da sociedade, muito menos criar dispositivos restritivos aos direitos numa sociedade plural e diversa.
Como protestantes e evangélicos que somos, ligados à Aliança de Batistas do Brasil e em especial à Comunidade Jesus em Feira de Santana, aqui nos solidarizamos com a Comunidade LGBTTTeQ  e nos pronunciamos em defesa de seus direitos e pela efetivação de políticas públicas já asseguradas em lei e as que estão em curso de implementação, e repudiamos atos abusivos e descabidos de edis, que arvoram-se como representantes de um deus, sexista, LGBTTTfóbico, misógino e classicista.  Nossa luta é para que haja equidade de direitos e que rios de justiça corram em nossa Feira de Santana sedenta.
Afirmamos sempre a vida em sua diversidade e integridade, buscando experimentar Deus no incondicional amor aos outros e a toda criação.

Feira de Santana, 19 de maio de 2016


 Pr Jorge Luiz Nery de Santana, Pastor Batista, membro da Igreja Batista de Nazareth em salvador e pastor colaborador da Comunidade de Jesus em Feira de Santana. Membro da Aliança de Batistas do Brasil.

domingo, 15 de maio de 2016

BEM VINDO...

Hoje, domingo de Pentecostes, me veio à memória um texto da autoria do Pr. Marcos Monteiro. Lembro que o Espírito Santo era refletido como o "AGITADOR SOCIAL". Aí, diante dessa efervescência política em que nossa nação se encontra, pensei: a religião cristã de algum modo tenta "aprisionar a pomba do Espírito”, porém, isso é possível? Definitivamente, não.
 Desta maneira, ao visualizar uma "bancada evangélica" nojenta, reacionária, corrupta e hipócrita, lembro do movimento revolucionário de Jesus de Nazaré com outras perspectivas. De fato, a justiça, a partilha do pão, o acolhimento, a promoção da vida tem sido deixado de lado. Como abaliza o reggae do Recôncavo através de Sine Calmon: "esses homens não se cansam do poder".

Ora, a experiência religiosa deve nos humanizar mais. Hoje é Pentecostes! Penso ser necessária sensibilidade para perceber o agir do Espírito, entretanto, é preciso coragem para ser sopro do Espírito no mundo. A fé é um óculos que nos faz perceber no “vale de ossos secos um exército de pé”. É amigo, lute! Desejo que a fé alienante possa morrer, mas, a fé engajada que derruba estruturas, eu deixo brotar. Hoje é Pentecostes! Eu reafirmo a crença no mistério que Sopra em nós e a partir de nós humanos. Pela recriação da vida nas esquinas e praças da cidade eu digo: seja bem vindo Espírito Santo.
Há braços
Cláudio Márcio