Por: Francisco Leite[1]
O
conjunto de livros que nós cristãos denominamos Antigo Testamento pertencem a
um contexto histórico-social em que o mundo possuía uma hierarquia patriarcal
muito bem delineada, nesse modo de compreender as coisas, a família estava na
base da sociedade e várias famílias compunham um clã, ou seja, um pequeno grupo
de pessoas que possuiam laços de consanguinidade e, por fim, a totalidade dos
clãs compunha a tribo, em grego: ethnys – de onde vem a palavra que conhecemos
em língua portuguesa como etnia.
Em cada degrau da pirâmide havia um líder, no governo da
tribo havia um rei que era a autoridade maior da nação (mesmo que em
determinados contextos em que a nação estava escravizada o título de rei era
apenas simbólico), submissos ao líder tribal estavam os chefes dos clãs e, por
fim, cada família era representada nessa sociedade por um Pater famílias, assim,
desde a base da sociedade a liderança dos grupos sociais sempre estava nas mãos
de uma figura autoritária de gênero masculino.