sexta-feira, 10 de maio de 2019

As matriarcas: “mães subversivas da Bíblia"


 Por: Francisco Leite[1]

O conjunto de livros que nós cristãos denominamos Antigo Testamento pertencem a um contexto histórico-social em que o mundo possuía uma hierarquia patriarcal muito bem delineada, nesse modo de compreender as coisas, a família estava na base da sociedade e várias famílias compunham um clã, ou seja, um pequeno grupo de pessoas que possuiam laços de consanguinidade e, por fim, a totalidade dos clãs compunha a tribo, em grego: ethnys – de onde vem a palavra que conhecemos em língua portuguesa como etnia.

Em cada degrau da pirâmide havia um líder, no governo da tribo havia um rei que era a autoridade maior da nação (mesmo que em determinados contextos em que a nação estava escravizada o título de rei era apenas simbólico), submissos ao líder tribal estavam os chefes dos clãs e, por fim, cada família era representada nessa sociedade por um Pater famílias, assim, desde a base da sociedade a liderança dos grupos sociais sempre estava nas mãos de uma figura autoritária de gênero masculino.