A Assessoria de Assuntos Teológicos, que tem como assessor o Rev. Claudio Marcio Rebouças, da IPU de Muritiba/BA, propõe para nós, membros da IPU, que escrevamos um pouco sobre aquilo que nos encanta e desencanta em nossa denominação, em uma forma de nos conhecermos e de promover uma reflexão teológica.
Este trabalho tem como base o texto de Mateus 16:13b que diz: "Quem dizem os homens ser o Filho do homem?"
Quem quiser participar, poderá enviar um texto, de até duas páginas,identificando-se, para nosso assessor (revcacau@hotmail.com) que irá, posteriormente, disponibilizar sua opinião neste espaço.
Participe!
Por: Vinicius Pinheiro[*]
Tenho aprendido na empreitada proposta pelo Evangelho de Jesus que o
caminho estreito, da qual trata o capítulo 7 do livro de Mateus, é marcado por
encontros, por contato, por aproximação, por empatia, por altruísmo, e, sobretudo,
pela manifestação do amor.
Na IPU fui constrangido a seguir por este caminho. Seus membros são a
evidência clara da união e da comunhão proposta por esta comunidade. Unem-se
liturgia e fé manifesta no amor fraternal que é expresso na militância pelo
direito do outro. O outro é quem tem vez, e se não tem voz, a IPU é provocada a
ser profeta. Seu templo é apenas uma extensão do coração de seus membros que
priorizam o acolhimento em detrimento dos preconceitos, da religião, dos dogmas
e do moralismo.
Percebi que esta comunidade propõe uma nova ética de ser da Igreja. E
digo nova em comparação ao cenário atual da igreja brasileira e não da proposta
ética do evangelho existente há mais de dois mil anos. Uma ética que considera
o outro, que faz teologia para o outro, que milita pelo outro, que ouve o
outro, e que corre riscos pelo outro, afinal de contas... O caminho é estreito.
Vejo claramente, com os olhos da fé, este Espírito da paz e da promoção
da união especificamente no líder da IPU de Muritiba – BA, Rev. Claudio Marcio
Rebouças. O sucesso de uma proposta para uma igreja relevante na pós-modernidade
está intimamente relacionado a capacidade de compreensão dos líderes da
dinâmica social e cultural onde a Igreja se insere, a fim de, utilizando este conhecimento,
promover a aproximação da Igreja com o povo, com o pobre, com os homossexuais,
com as religiões e com a política. Muitas vezes fui constrangido a examinar a
mim mesmo (1Co.11:28), e quando o fiz, achei a omissão e a covardia que não
havia no “mano Cacau”.
A IPU é a comunidade que nos provoca a ser culto. Não o culto gramatical,
mas o culto ambulante externo ao templo que dá comida ao faminto, roupas aos
nus, atenção e voz aos doentes e presos, e visibilidade ao estrangeiro (Mt.25:35).
Ser IPU, como pude observar no Rev. Claudio Marcio Rebouças, é ser gente, é ser
- humano, é lutar por gente, é lutar por seres-humanos, é dialogar com o outro,
é fazer dos dogmas o Dogma do amor.