Por: Cláudio
Márcio[1]
O Senhor é meu pastor e
de nada tenho falta. Canto ao Teu nome por tua misericórdia e lembro-me de tua
fidelidade ao deitar-me. És refúgio, fortaleza. És Deus de João Dias e Ithamar
Bueno. És Deus de Sônia Mota e Nelson Kilpp. Ah, Pai-Mãe, És Deus de tantos
“Josés e Marias” que vivem em resistência pelos centros e periferias deste chão
chamado Brasil.
Sabemos que escutas o
GRITO DOS EXCLUÍDOS, pois, teus filhos e filhas encontram em Ti razão para
seguirem a jornada. Muitas são nossas aflições. Temos chorado bastante, todavia,
percebemos teu cuidado e colo amoroso. Pai-Mãe, quando entenderemos que podemos
ser mãos tuas no cotidiano? Até quando ficaremos (apenas) de joelhos em
prece? Não chegou a hora de ficar de pé e lutar, irmão e irmã?
Deus bendito, obrigado por Te
encontrar não isolado em templos. Te vejo nas ruas e praças da cidade. Te encontro
no meio da feira popular e nos campos. Te vejo no meio de camponeses, dos
quilombolas e dos povos indígenas em luta pela terra. Graças e louvores ao Deus
da vida.
Que eu compreenda que além de
teu filho, posso ser amigo e parceiro para construir uma sociedade cheia de
justiça e paz. Realizo essa prece na crença da subversão e na ressurreição das
utopias corpóreas, amém. Peço a Ti, Parceiro maior, que desperte em cada
leitor(a) o desejo de perceber Tua voz inconfundível que pela fé nos diz: “não
tenha medo. Estou com você. Ouço tua oração. Pego tua mão. Enxugo tuas
lágrimas. Farei você sorrir novamente em breve, vamos?”.