Por: Vinicius Pinheiro[1]
Nosso
Deus!
Meu
Deus!
Pai-Mãe
de amor e de bondade, misericórdia, Senhor!
Piedade
de mim, Senhor, pois eu pequei!
Duvidei
de Teu controle, de Tua onipotência
Ah
Senhor! Teu povo sofre, chora e morre
Os
ratos assumem o poder... Em Teu nome, Senhor, em Teu nome!
O
Estado reproduz iniquidade,
Mata
o povo preto, os povos originários, Senhor!
Reúne-se
para planejar a morte, o genocídio
Planeja
as formas mais efetivas de servir o seu deus, o deus da morte, o deus da guerra
Aplaude
a violência dos novos soldados romanos
Festeja
a ciência das armas e se regozija na eficácia da morte
Fecha
os olhos para a tragédia
Vê
solução na morte dos improdutivos
Escarnece
o exício de nossos anciãos
Perguntei
onde estava, Senhor, onde estava!
Perguntei
se ouvia, Senhor, os gemidos de morte!
Perguntei
se enxergava, Senhor, a violência, a negligência!
Não
me respondeu!
Adoeci
com Teu silêncio,
Lacuna
em meu peito que me impedia de orar
Não,
Senhor, não podes ser tão fiel com seu princípio de Livre Arbítrio!
Não
radicalize a ideia de liberdade!
Não
seja democrático, Senhor!
Não
nos entregue nas mãos do diabo em nome da Tua ética valorizadora da autonomia!
Livrai-nos
de Bolsonaro e de todos os demônios que se reúnem para produzir a morte e guerra
em nosso país, Senhor!
Intervém
na história, Senhor, intervém!
Tome
as rédeas do que é Teu!
Usa-me
como teu azorrague
Espante
os vendilhões do Brasil
Exorcize
Mamon do Teu povo, da política, do Estado
Cura
o Brasil!
Dá-nos
força e ciência para a defesa de Tua Ética!
Dá
coragem a nossos pastores, Senhor, pra que deem nome aos bois!
Perdão,
Senhor...
Piedade...
Escuta-me,
nosso Deus!
Meu
Deus!