sábado, 11 de maio de 2013

MAINHA: MINHA PEQUENA-GIGANTE...

Mesmo sabendo que o amor de mãe é socialmente construído e, que o que chamamos de mãe numa perspectiva relativista-culturalista ocorre de forma múltipla...

Mesmo desnaturalizando o que está diante dos meus olhos através de exercício crítico-racional...

Mesmo percebendo os interesses econômicos que estão por traz do "produto" dia das mães...

Mesmo percebendo a dificuldade em contruir uma face materna do divino em nosso cotidiano...

Ainda assim, rendendo-me a uma estrutura invisível intitulada (MÃE É SAGRADA), que direciona práticas sociais, penso ser relevante apontar de forma suscinta minha admiração-respeito por você.

Desta modo, recordo-me que as mãos que me deram beliscões, foram as mesmas que deram carinho;

A boca que tanto falou-reclamou...me beijou-sorriu;

Teu cheiro...natural-artificial-civilizado...

Os olhos que reprovaram alguns comportamentos...desceram lágrimas, mas, também contemplaram extrordinárias mudanças na minha jornada;

Quantas vezes te vi de joelhos no canto da cama?

Quanta dor já tocou tua existência?

Quantas noites te chamei: MAINHA...vem me cobrir? A resposta era a mesma: esse menino gosta de dengo! E, imediatamente, lançava o lençol sobre mim. Então, dizia: benção minha mãe...Ela respondia: Deus te abençoe!

Lembro de mandar eu estudar (não gostava nem um pouco disso, lembra?)

Lembro de quando quebrei o braço na adolescência (mesmo em desobediência a você), o seu cuidado-proteção...

Lembro de quando fui ordenado ao ministério pastoral...não posso esquecer teu rosto...

Lembro do dia em que casei...nossa entrada foi muito linda!

Lembro de tantas coisas...e, outras esqueci...isso me lembra alguns teóricos.

Porém, meu objetivo aqui, é deixar evidente o quanto sou grato ao Criador, a vida, a você...

Mulher forte, que me revela o mistério da encarnação. Isto é, vejo Deus em você! Um Deus humano, amoroso e acolhedor...Um Deus que aprende a ser Deus no caminho com e dos humanos.

Não! Isso não é heresia! E, se fosse, mesmo assim me amaria, não? O amor de mãe não é sagrado? Te peguei em minha velha? Eu sei, que não gosta que te chame dessa forma. Contudo, minha velhinha, faço isso para expressar o quanto te amo!

Bem, mesmo com o amor de filho em total suspeita e não sagrado, coloco essas palavras pensando em você...E, espero que tenhamos vida longa, pois, quero ver teu rosto ao me formar em Ciências Sociais na UFRB, no partir do pão-nosso cotidianamente e ouvir tua voz dizendo: vou comer só este pedacinho...

Há braços,
(seu) Cláudinho.