quarta-feira, 24 de abril de 2019

É preciso estender a mão...


“Corra, porém, o juízo como as águas, e a justiça, como o ribeiro impetuoso” (Amós 5:24)

“Amar e mudar as coisas me interessa mais” (Belchior)



Por: Cláudio Márcio



            Irmãos e irmãs, vivemos dias difíceis que exigem de nós um compromisso muito grande com a reflexão crítica e libertadora e, somando a isso, é urgente uma prática da espiritualidade diaconal, dialogal e humanizadora. Como ser cristão e não produzir justiça social? Como ser cristão e viver em silêncio diante de tanta injustiça?

            Não trago respostas prontas e métodos a serem seguidos, uma vez que, cada contexto é específico e precisa ser compreendido com muita calma. Entretanto, há um lugar comum que cada cristão precisa assumir, ou seja, “temos que ter fome e sede de justiça” (Mt 5.6). Dito de outro modo: “Assim, mantenham-se firmes, cingindo-se com o cinto da verdade, vestindo a couraça da justiça” (Ef 6.14). Somos convidados neste contexto por Deus para exercer uma espiritualidade da compaixão e da misericórdia. É preciso estender a mão a quem encontramos no caminho com suas necessidades, pois, desta maneira, estaremos revelando Jesus de Nazaré aonde quer que estejamos. 

terça-feira, 23 de abril de 2019

#DitaduraNuncaMais


“A religião pura e verdadeira para com Deus e Pai, é esta: visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações, e guardar-se da corrupção do mundo” (Tiago 1:27)


Por: Cláudio Márcio


Dia 31-03-19 na Igreja Presbiteriana Unida (IPU) de Muritiba-BA, estudamos na Escola Bíblica Dominical (EBD) sobre memória, fé e justiça social. Trouxemos à memória Paulo Stuart Wright e Ivan Mota Dias, ambos foram exterminados nos “porões da ditadura militar brasileira”. Desta forma, o que levou aqueles (e tantos outros e outras) jovens a se entregarem a um projeto de construção nacional? Qual a razão do silêncio no que se refere a produção de narrativas feitas por setores do protestantismo ecumênico e progressista em solo brasileiro?  

segunda-feira, 15 de abril de 2019

“O Brasil, dentro de um carro, levou 80 tiros...” – por Joel Zeferino

Foto: @desenhosdonando
Meditando nas passagens bíblicas do lecionário do dia 7 de abril de 2019, fomos desafiados pelo profeta Isaías (43:16-21) a seguirmos anunciando esperança, mesmo num cenário que se apresenta como deserto de impossibilidades: como quem se recusa que o mal e a maldade tenham a última palavra, seguimos anunciando novos caminhos que desafiam as estruturas do tempo presente.

Mas foi no Evangelho (João 8:1-11), onde uma mulher que teria sido pega em adultério é levada até Jesus (note que em nenhum momento do texto o “homem adúltero” é mencionado), que recebemos nosso maior desafio: humanizar a humanidade... Sim, pois que pese a noção geral de que “todos humanos tem direitos”, na prática, esses direitos são concedidos apenas a uma minoria, uma elite. A maioria da população, formada por negros e negras, mulheres, LGBTs, pobres, tem seus direitos violentados das mais diversas maneiras. E um dos modos que os poderosos se utilizam para, inclusive, fazer com que essa maioria "aceite" essas violências, é fazendo uso do falso discurso da "segurança".

domingo, 14 de abril de 2019

Quem é aquele?



Quem é aquele que vem no jumentinho e não chegou ao seu destino?

Tomou 80 tiros e foi “confundido” com um bandido.
Povo negro sendo exterminado diariamente por um Estado genocida.
Tenha misericórdia, Senhor!

Quem é aquela que vem no jumentinho e não chegou ao seu destino?
Foi espancada até a morte por um “parceiro ciumento”.
O feminicídio é real e preocupante, deve ser combatido e refletido nas igrejas.
Tenha compaixão, Senhor!

Quem é aquela que vem no jumentinho e não chegou ao seu destino?
Tomou uma pedrada na cabeça por usar roupas e assumir uma crença diferente da cristã.
A intolerância religiosa gera violência e morte. É preciso aprender a dialogar e respeitar.
Tenha compaixão, Senhor!

terça-feira, 2 de abril de 2019

ITINERÁRIO DA ESPIRITUALIDADE...


Por: Cláudio Márcio


Ó Deus, fonte de toda vida e esperança, tenha compaixão de nós e nos coloque de pé na estrada. Tem sido difícil seguir com tantas notícias tristes que afetam nossa jornada. Extermínio da população negra, indígena e da comunidade LGBTs. Mulheres sendo agredidas, assediadas, demonizadas, assassinadas. E o que as igrejas tem a dizer sobre isso?

Ah, Senhor! Oram e cantam tanto. Fazem jejuns e se sentem teus exclusivos representantes na sociedade. Todavia, o evangelho já nos adverte sobre essas pessoas quando diz: “este povo me honra com os lábios, mas seu coração está longe de mim” (Mt 15:8). Assim, ó Deus, muitos grupos só olham para os céus e esquecem de assumir um compromisso com o chão que pisam. Espiritualidade que não gera vida e nem justiça social. Trata-se de uma aparência, pois, são hipócritas!