quarta-feira, 6 de novembro de 2019

BANZO



Por: Paulo Roberto Silva

Como é possível caber na razão tanto desprezo impresso?
A história como memória nos arde em opressão,
Em cada tino um gesto angustiador;
Em cada destino a repetição do açoite;
Nos cortando a carne a golpes de navalha;
Num demonstrativo infeliz de que não podemos ser gente;
Que não temos como nos desvencilhar das correntes!
Num banzo atual me debruço;
Me recordando que ergui-me para o dia em liberdade;
Mas, eis que a covardia do branco ocidente,
Sob ideias de um pavor da cruz;
Nos lançou negritude aprisionada.