sábado, 29 de outubro de 2011

ANUNCIA PROFETA...






“Fora, pois, com todos esses profetas que dizem ao povo de Cristo “Paz, paz!”sem que haja paz!” (Tese 92/ Martinho Lutero)




Como é bom poder viver o sonho que durante tanto tempo foi idealizado, refletido e agora, efetivamente, vivido através do acolhimento de uma comunidade eclesiástica. Ora, no coração o desejo profundo de servir ao Deus da vida, o desejo de ser usado pelo Espírito, o desejo de ser uma benção onde quer que se vá. Assim, através de orações, de estudos e inúmeros desafios na caminhada...


Chega-se a formação no STBNe, e após um pouco de agonia mas acima de tudo, confiança, a ordenação. Ou seja, após o cumprimento de alguns ritos, da crença que é pública, da eficácia simbólica dos pastores que impuseram as mãos e evidentemente um misto de objetividade e subjetividade, entre tantas outras questões, nasce o pastor.


Desta maneira, como aplicar o que foi estudado? Como agir no cotidiano com situações que o conhecimento acadêmico não responde? Na verdade, a meu ver, uma coisa não deve anula a outra. O conhecimento e ou os conhecimentos acadêmicos e populares devem estabelecer diálogo para que um novo paradigma possa ser estabelecido. Ou seja, como bem apontou Paulo Freire, “as pessoas se educam em comunhão” e ou deve existir “um processo de aprendizagem que se dar de forma mútua” entre o pastor e as ovelhas.


Contudo, o que significa ser pastor em uma sociedade cada vez mais plástica, plural, globalizada e capitalista? Como anunciar o Evangelho da graça sem que se caia na mercantilização da fé? Ou como ser voz do sagrado em um contexto polifônico? Ora, penso que há uma necessidade do pastor e ou líder religioso de forma geral se comportar de uma maneira dialógica na mesa da fraternidade. Penso que deve existir abertura para não só ouvir, mas, aprender com o outro no caminho.


Sendo assim, é tempo de junto ao exercício da oração, da leitura do texto sagrado e do louvor, viver-se também o partir do pão, a reflexão crítica, o rompimento com as estruturas da morte... Uma vez que como apontou Rubem Alves na década de 70 falando sobre a IPB e a meu ver se encaixa em outras comunidades e em outro tempo, diz: “Estou convencido, entretanto, que estranha metamorfose se processou. A comunidade se liberdade se esqueceu, traiu e se rebelou contra ela. Na realidade, não existe novidade nisso... Triunfa o autoritarismo sobre a comunidade; as estruturas sobre a pessoa; o passado sobre o futuro; a lei sobre o amor. E, em última instância, a morte sobre a vida”.


Mas, o evangelho é palavra de vida, de libertação, de acolhimento, de justiça social. Isto é, penso que devemos nos reinventar no viver social e dessa vez, eliminarmos as dicotomias e percebermos a totalidade que existe nessa complexidade que é o humano, a sociedade e a vida.


Desta maneira, gostaria de parabenizar você, WAGNER BORGES neste passo que acabou de dar. E pedir a Deus (Pai e Mãe de toda criação) que o capacite neste caminho cheio de alegrias e desencantos que é o ministério pastoral. Lembre-se que a obra é do Senhor... “Tendo por certo isto mesmo, que aquele que em vós começou a boa obra a aperfeiçoará até ao dia de Jesus Cristo;” (Fl 1.6)




Abraço sócio-teológico


Cláudio Márcio

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Necessário vos é nascer de novo... e ser mais uma vez criança!

A perspectiva cristã sinaliza, a meu ver, algo bem interessante. A saber, o Deus menino (criança), revelado em Jesus de Nazaré... Mas, que Deus é esse que se faz criança necessitando de carinho e atenção? Como pensar um Deus tão pequenino? Tão humano? Tão frágil? Ora, como já disse: para mim, esta é a beleza da fé cristã... O logos se fez carne e habitou entre nós.


No entanto, na história e por interesses diversos, Jesus de Nazaré tornou-se rico e poderoso, mudou de cor, de cabelo, cor dos olhos... Sabemos por que isso aconteceu! Não é mesmo? No entanto, penso que deve existir um resgate do pequenino que caminhava no meio dos marginalizados do seu tempo. Alguém que faz uma escolha! Servir ao projeto do reino de Deus e promover justiça e dignidade ao humano... Celebração da vida! Libertação de toda dominação que animalizava os filhos de Deus.


Assim, acredito que neste dia das crianças do ano de 2011, devemos repensar nossa jornada em algumas dimensões. Ou seja, entendemos o texto bíblico em Mt 19:14 que diz: Jesus, porém, disse: Deixai os meninos, e não os estorveis de vir a mim; porque dos tais é o reino dos céus.” Daí, o cuidado que precisamos ter para não nos encaixarmos em Lc 18:15 que diz: “E traziam-lhe também meninos, para que ele lhes tocasse; e os discípulos, vendo isto, repreendiam-nos.”


Nosso papel é sermos crianças e levarmos nossa jornada com mais leveza no coração. Nós adultos somos muitos sérios com a vida, com os compromissos... Não percebemos muitas vezes que devemos brincar. Gosto do pensamento de Rubem Alves: “Deus é alegria. Uma criança é alegria. Deus e uma criança têm isso em comum: ambos sabem que o universo é uma caixa de brinquedos. Deus vê o mundo com os olhos de uma criança. Está sempre à procura de companheiros para brincar.”


Logo, sou a favor de que nós adultos e aos líderes religiosos de uma forma geral, devemos rever nossas práticas e sermos mais humildes, mais simples na caminhada. Pois, somos muito arrogantes e queremos ter todas as respostas e entendermos de tudo... Chega de tanta centralização no líder religioso! Chega de achar que a voz do pastor é a única voz legítima na Igreja!


Sonho com um novo tempo e com uma nova comunidade... Um espaço de humanos que não desistem da vida, que são criativos, que são justos em suas ações, que estão dispostos a perdoar e pedir perdão, que partem o pão, que estendem a mão para a luta e para o afeto. Sim! É possível outras práticas religiosas que emancipem a comunidade para serem no e com o mundo. Sim! É tempo de sermos crianças...


Desta maneira, penso que precisamos entender que a vida é muito breve para gastarmos com briguinhas e ou acomodações... Quero como meus sobrinhos Arthur, Gustavo e Raiana brincar até cansar e depois com o corpo cansado e os olhos fechando lutar contra o sono e desejar brincar mais um pouquinho... Aí, nós adultos pensamos: amanhã vão acordar tarde... Estão cansados. Ora, pura ilusão... Raiou mais um dia e a “bateria” tá recarregada... Vida em plenitude para mais um dia... Viva a espontaneidade e a vontade de viver de uma criança!


Abraço sócio-teológico


Cláudio Márcio



OBS: O meu objetivo não foi falar do sentido mercadológico desta data e nem das inúmeras crianças que não possuem direito a infância. Ou seja, estão trabalhando nas esquinas da nossa Pátria querida, são marginalizadas por sua cor de pele, religião, sexualidade, classe econômica... Meu desejo, neste momento é provocar nós adultos (sobretudo @os líderes religiosos).

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

PARALISAR PAPA MOBILIZAR/UFRB


O Coletivo #ParalisarParaMobilizar torna pública a resposta à NOTA emitida pela APUR e ASSUFBA, à comunidade acadêmica no dia 04 de outubro de 2011.


O Coletivo agradece o apoio da APUR ao intermediar, para com a Reitoria, o estabelecimento da Mesa Permanente de Negociação, bem como o reconhecimento da legitimidade da nossa Pauta de Reivindicação. Contudo, entendemos que fomos mal interpretadas, quanto à recusa da participação direta da APUR na Mesa Permanente de Negociação. E justificamos que esta recusa foi, precisamente, por percebermos que estávamos vivendo um momento de discussão específico de nossa categoria.
No entanto, não diminuímos a importância da discussão com os outros segmentos da Universidade, porém, em um momento posterior, na Câmara Inter Setorial, quando já tivermos superado o debate de nossas pautas, solicitaremos a intermediação dos Sindicatos presentes na UFRB, como foi feito internamente pelas outras categorias.
Salientamos que reconhecemos a APUR e a ASSUFBA como parceiras nessa luta pela construção de uma Universidade Pública de qualidade e reiteramos nossa infelicidade no proferir do discurso anteriormente utilizado. Ressaltamos que o Coletivo #ParalisarParaMobilizar da UFRB compreende e entende perfeitamente que da maneira como nos posicionamos ao longo da nossa NOTA PÚBLICA, não nos fizemos objetivos e concisos nas nossas palavras, acabando por pronunciar um discurso pejorativo para com os técnicos administrativos e ao corpo docente. Por esse motivo, devemos nos retratar publicamente pelas colocações, por ora infelizes, do Coletivo Estudantil #ParalisarParaMobilizarUFRB.
Efetivamente a documentação analisada apresenta falhas por parte da Comissão de licitação e de fiscalização, e como publicamos são indícios. Reconhecemos mais uma vez que fomos infelizes ao inquirirmos acusações responsabilizando exclusivamente as comissões.
Assim, se faz extremamente pertinente a reiteração de um pedido formal e público de apostasia aos técnicos administrativos e ao corpo docente representados pela suas instâncias representativas: APUR e ASSUFBA, como também a toda comunidade acadêmica e a sociedade civil pelo que possa soar como, acusação de omissão e responsabilização sumária.
Por fim, destacamos que a nossa NOTA teve por objetivo informar a toda sociedade civil e a comunidade acadêmica as irregularidades administrativas que vem ocorrendo na UFRB. Sendo assim, tornamos pública a nossa retratação como forma de manter um diálogo uníssono com estes que tem o mesmo objetivo que nós: uma educação de ensino superior, gratuita, com qualidade.
O Movimento Estudantil continua autônomo e em luta!
Coletivo #ParalisarParaMobilizarUFRB
05/10/2011


terça-feira, 4 de outubro de 2011

PARALISAR PARA MOBILIZAR/ UFRB

Nota à sociedade e à comunidade acadêmica

O documento da Controladoria Geral da União nº 10/2010-APG aponta o superfaturamento e superestimativa de serviços nas obras de construção das unidades de apoio acadêmico no campus de Cruz das Almas e na construção do Hospital Veterinário (concorrência nº 05/2009).

O referido documento mostra “(...) que serviços executados em menor quantidade têm sido faturados na mesma quantidade da licitação, e deficiências de execução e ajustes de projetos têm sido negligenciados (...)”. Isso evidencia o superfaturamento na aquisição de materiais como: aço, telhado, pintura, cimento, piso, janelas, portas e em toda mão de obra executora desses serviços. Enfim, o documento deixa claro que a administração central da UFRB precisa dar explicações à sociedade brasileira.

Na universidade existe uma comissão de licitação e uma comissão de fiscalização. Portanto, entende-se que a responsabilidade direta por esses indícios apontados é imputada a elas.

O silêncio do corpo docente em suas mais diversas representações, do corpo técnico da universidade e dos referidos diretores de centro diante desses indícios não é justificável.

Assim, convocamos toda a sociedade para que se manifeste e exija explicações imediatas diante do apresentado.

O Movimento Estudantil segue autônomo e em luta!

#ParalisarParaMobilizarUFRB

Cruz das Almas, 03 de outubro de 2011

sábado, 1 de outubro de 2011

Nota Pública


MOVIMENTO ESTUDANTIL DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA


NOTA PÚBLICA DO COLETIVO DE PARALISAÇÃO


#PARALISARPARAMOBILIZAR


Durante esse período de paralisação, no qual travamos intensos debates acerca do funcionamento da nossa Universidade, o Movimento Estudantil entrou com um recurso junto ao Ministério Público Federal no dia 30.09.2011 apresentando três denuncias, das quais, uma possui dois processos que já estão em andamento contra a Reitoria da Universidade. Processos esses, que apuram irregularidades na administração da UFRB.


A partir da análise do documento da Controladoria Geral da União (CGU) destacamos nesta nota a seguinte situação: a equipe de auditoria da CGU constatou na concorrência 05/2009, o exercício ilegal da profissão do engenheiro civil responsável pela obra referente à construção das unidades de apoio acadêmico e pesquisa dos cursos de graduação do CCAAB. Entende-se, portanto, a negligência por parte do corpo de fiscalização da UFRB no processo de construção das unidades citadas acima.


Além da análise do documento acima referido, analisamos documentos provenientes da Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP). Constatamos a partir destes, a má administração do dinheiro público, provenientes de verba do Ministério da Ciência e Tecnologia, por parte da administração da nossa instituição. A seguir expomos alguns pontos dos documentos:


- Dois scanners de mesa com leitor copiador e digitalizador de microfilmes no valor de R$ 59.950,00 cada um, quando estão previstos dois scanners a R$ 2.000,00 cada um, e uma leitora digitalizadora a 20.000,00, ou seja, os valores previstos para esses equipamentos são bem inferiores aos valores utilizados.


(acréscimo: 499, 58%)


- Duas guilhotinas no valor de R$ 36.999,99 cada uma, quando estão previstas três guilhotinas: Uma no valor de R$ 2.600,00 e duas no valor de R$ 2.000,00.


(acréscimo: 627,11%)


- Duas encadernadoras no valor unitário de R$ 31.829,00, quando estão previsto duas, no valor unitário de R$ 3.000,00


(acréscimo: 1.060%)


- Duas impressoras a laser no valor de R$ 12.000,00 cada uma, quando estão previstos duas impressoras no valor unitário de R$ 3.000,00.


(acréscimo: 400%)


Os dados acima nos revelam o mau uso do dinheiro público, o que acarreta grande prejuízo a toda sociedade, principal mantenedora da universidade pública. Diante disto, entendemos que as justificativas da Reitoria para os atrasos nas obras não são frutos restritos das falhas da lei 8.666/93, sendo também incompetência e total negligência da administração desta instituição.


As pautas do movimento estudantil contestam as práticas de irregularidades da administração central. Diante deste quadro, o coletivo #paralisarparamobilizar reafirma sua conduta de permanência nas dependências da UFRB até que se inicie o processo efetivo de negociação, pois, o nosso compromisso é com a construção de uma universidade pública de qualidade.






Coletivo Paralisar Para Mobilizar UFRB


UFRB, 01 de outubro de 2011