quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Igreja Batista do Pinheiro: um gole de vida!

Por: Cláudio Márcio[1]

Este final de semana encontrei vida-esperança em Maceió. Sim! Um processo de reflexão que passa por frentes como: movimentos sociais, conhecimento científico, questão de gênero, movimento negro, linguagem de Libras, direito-diálogo-inclusão dos homossexuais e, necessariamente, mística. Ora, mística aqui é entendida como encontro com o Divino-humano no caminho da alteridade em busca de espiritualidade-engajada para promoção da vida.
Neste sentido, como cristão protestante, revendo-relendo a Bíblia em busca de esperança-solidária, entendo que o Reino chegou! Assim, rememorando o Rev. João Dias na Conferência do Nordeste em 1962, enfatizo a possibilidade da “revolução do Reino de Deus”. Isto é, fé-prática que gera vida! Fé que não se reduz a religiosidade do templo, mas, percebe no cotidiano a possibilidade de ser “dedo de Deus”!
Assim sendo, com uma “fé amadurecida”, assumimos responsabilidades que são nossas no mundo. Logo, é necessário, tomada de posição não como mero proselitismo, isto é, quem tira o melhor selfie de Deus, porém, como homens e mulheres de fé, podem-devem contribuir para construir outra realidade, uma vez que, como sinaliza Edson Gomes (cantor de reggae do Recôncavo da Bahia), “a lua não é mais dos namorados, os velhos já não curtem mais as praças”.

De fato, refletindo com Mt 11:30: “ Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve”, percebo o quanto a religião pode ser pesada e, a manipulação dos seus símbolos podem oprimir e escravizar. Entretanto, apenas a religião possui esta característica ? E a produção científica?  Os partidos políticos ? Também estes são pesados nos ombros e geram desencantos... a pergunta então não é qual dessas esferas oprimem mais, mas, como esses espaços podem produzir emancipações e leveza nos humanos?

Aqui, apenas agradeço ao pastor Wellington Santos e a pastora Odja Barros, também suas filhas Andréa Laís e Alana Barros (parceiras das Ciências Sociais). Grato pelo reencontro com meu amigo Paulo Nascimento. Grato a cada irmão no congresso. Muito obrigado Igreja Batista do Pinheiro pelo “gole de vida”!




[1] Reverendo da IPU em Muritiba-BA.

segunda-feira, 17 de março de 2014

Deus ouvindo rádio... Era música “popular” brasileira.


Por: Cláudio Márcio[1]

Estes dias tenho refletido a questão da “musicalidade” na minha trajetória de vida, trazendo na memória, sensações, lazer, mística... Mesmo entendendo que fui socializado em um contexto do “mundo protestante” (específico) de castração do corpo, dos desejos carnais e, isso implica em uma “negação” do mundo e de suas “ciladas”.

Desta forma, exemplifico aqui com o jargão comum na prática de muitos evangélicos que diz: “não se deve escutar músicas mundanas”, apenas, “músicas que louvem ao Senhor”. Sim, confesso que já fiz parte deste grupo, mas, em relação ao reggae não... O reggae sempre me fez bem.

Bem, as pessoas mudam por diversas razões e, que bom que é assim. Minha experiência musical não é padrão para ninguém. Contudo, fiquei chateado com o que me foi negado ao longo dos anos, pois, partindo do pressuposto de que existem protestantismos, fui infelizmente socializado, por um modelo que me negou uma certa brasilidade musical.

Tenho escutado nos últimos anos: Novos Baianos, Tom Zé, Tropicália, Elis Regina, Marisa Monte, Maria Bethânia, Adoniran Barbosa, Chico Buarque, João Gilberto, Tom Jobim, Noel Rosa, Pixinguinha, Lenine, Tim Maia, Jorge Ben, Vinicius de Morais...

Sei que para muitos leitores este texto “representa uma bobagem”, mas, para tantos outros “representa que eu não estou no caminho do Senhor”. Bem, honestamente, não estou preocupado com nada disso. Sinalizo apenas o quanto essa “brasilidade musical” me faz bem... É uma delícia!

Ah, encontro o sagrado aqui e, se não encontrasse, acho que não seria problema algum, pois, no “MERCADO GOSPEL MUSICAL”, eu não tenho encontrado o Cristo, mas, Mamon.

De qualquer maneira, esse Brasil “imagético” musical, não ocorre fora de disputas, de representações identitárias, de influências musicais outras e, de processos de permanência-mudança cotidianamente... Bem, saliento ainda um marco significativo (o religioso) na minha socialização, não o único, evidentemente.

 

 



[1] Reverendo da IPU em Muritiba-BA e estudante de Ciências Sociais da UFRB.

quinta-feira, 6 de março de 2014

UMA MEMÓRIA EM GRATIDÃO


Por: Cláudio Márcio[1]

 

Trago na memória algumas marcas que João Dias e Ithamar Bueno deixaram em minha vida. Sim! Não quero sinalizar neste texto a relevância deste casal para o protestantismo brasileiro, nem sua participação em prol da ampliação de diálogos ecumênicos e, ainda, a luta pelos direitos da terra e de justiça social. Penso que essas questões foram bem apontadas por muitos (as) que os cercavam.

Gostaria apenas, de expressar minha gratidão ao humano que encontrei no caminho... Sim! Eu e Jussi participamos um pouco na vida desse casal e, confesso: saudade de almoçar juntos, beber café e ou vinho, trazê-los para IPU em Muritiba-Ba, debater durante a viagem e, escutar suas respostas-aulas às minhas inquietações. Confesso: saudade daquela biblioteca em sua residência que, algumas vezes, visitei...

Lembro quando falei de minha aprovação em Ciências Sociais na UFRB, lembro quando contei para ele que tinha sido aprovado no mestrado (também) na UFRB... Seu rosto (por vezes sério) sorria a parabenizar-me.

Lembro de Ithamar sorrindo e dizendo o quanto ela e João gostavam de mim e Jussi. Bem, escrever esse texto não é fácil... o "coração ainda dói" e, quando vou em Feira de Santana, não tem como não lembrar deles.

De qualquer maneira, encontrei neste casal um acolhimento tão honesto, tão humano que provocou novos sentidos na vida. Estou na IPU e, acredito ser sopro do Espírito através (principalmente) deste casal. Por tudo isso, sou grato! Fui honesto com João Dias em muitas inquietações que tiravam meu sono. Percebo hoje que muitas eram dele também, outras, só diziam respeito a mim.

Ora, tive a oportunidade de conhecer o símbolo-mito João Dias, mas, junto a isso, o humano... pena João e Ithamar que não levarei mas vocês para comprar um sapato-sandália para esses pés que andaram por tantos chãos...

Contudo, tenho certeza que meus passos movidos por tuas e minhas inquietações, tocam o chão em diálogo com o povo, com as baianidades e brasilidades... Muito obrigado João Dias, pois, vejo o Cristo (também) no meio da feira, nos sindicatos, nas praças e esquinas, nas rodas de capoeira... no samba de roda e no reggae do Recôncavo baiano.

 



[1] Reverendo da IPU em Muritiba-BA.

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

DERRUBANDO LATAS...

Hoje, lembrei que em uma das igrejas onde teria possibilidade de pastorear (estava terminando o curso de teologia no STBNe) fui convidado à passar um final de semana e no domingo pela tarde fiquei derrubando latas com o filho de um líder da igreja (um adolescente) com um badogue.
Claro que a tarde foi ótima! Porém, acho que o correto (ou o que esperavam de mim) era visitação a enfermos e evangelização.
Ora, sabe de uma, eu era bem mais jovem e, honestamente após um tempo de reflexão e amadurecimento, confesso: que saudade de derrubar latas! Acho que vou comprar um badogue.

Forte Abraço
Cláudio Márcio