Quem é aquele que
vem no jumentinho e não chegou ao seu destino?
Tomou
80 tiros e foi “confundido” com um bandido.
Povo
negro sendo exterminado diariamente por um Estado genocida.Tenha misericórdia, Senhor!
Quem é aquela que vem no jumentinho e não chegou ao
seu destino?
Foi
espancada até a morte por um “parceiro ciumento”.O feminicídio é real e preocupante, deve ser combatido e refletido nas igrejas.
Tenha compaixão, Senhor!
Quem é aquela que vem no jumentinho e não chegou ao
seu destino?
Tomou
uma pedrada na cabeça por usar roupas e assumir uma crença diferente da cristã.A intolerância religiosa gera violência e morte. É preciso aprender a dialogar e respeitar.
Tenha compaixão, Senhor!
Quem é aquele que vem no jumentinho e não chegou ao
seu destino?
Foi
insultado, humilhado, agredido e morto.Ser gay no Brasil é perigoso e gera morte.
Tenha compaixão, Senhor!
Quem é aquele que vem no jumentinho e não chegou ao
seu destino?
Teve
seu nome modificado e foi tradado como selvagem.Indígenas (habitantes originários) foram transformados em sem-terra.
Tenha compaixão, Senhor!
Quem é aquele que vem no jumentinho e não chegou ao
seu destino?
Os
pés que pisaram o chão agora procuram um novo direcionamentoPovos quilombolas reivindicam ancestralidade e territórios tradicionais.
Tenha compaixão, Senhor!
Quem é aquele que vem no jumentinho e não chegou ao
seu destino?
É
“apenas” um nordestino incapaz intelectualmente com força nos braços e
preguiçoso para o serviço.Nordeste de fé e luta. Nordeste que foi produzido historicamente desigual.
Tenha compaixão, Senhor!
...
Num
jumentinho emprestado que os discípulos foram pegar
Algo
diferenciado iria se iniciarEm direção da cidade a procissão a despertar
Povo com ramos nas mãos a balançar
Vestes no caminho
Brados de alegria e risos de celebração
É festa!
É Jesus chegando!
É
bendito e vem no nome do Senhor!
Quem sou eu neste cenário?
O
negro?A mulher?
O gay?
O que é de outra religião?
O indígena?
O quilombola?
O nordestino?
O dono do jumentinho que foi colaborou com Jesus?
Um dos discípulos?
O jumentinho que carrega Jesus?
Alguém que balança os ramos de oliveira nas mãos?
Alguma pessoa que jogou as vestes no chão?
Seja
quem for neste múltiplo processo identitário, que haja liberdade e garantia de
direitos de ir e vir.
Que
a vida não seja ameaçada em lugar algum.
Sem
armas ou cavalos de batalha...
O
novo Rei chegou!
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