Por: João Dias
de Araújo[1]
NORDESTE[2]
Ô seca miseranda, ó
enchente agreste!
Avalancha de luz que
inunda e cresta,
Dilúvio de clarões
cobre a floresta
Desnudando a epiderme
do Nordeste.
Ruge o deserto na
amplidão molesta
Gretado pelo sol que em
fúria investe.
E vem a seca, e vem a
enchente mesta,
E vem a sombra e a
funérea peste...
E vem o enxurro dos
humanos trapos
Viajando e arrastando
os seus farrapos
Nas ladeiras báratro
servil...
Não escutais em meio à
nevoaça
Os suspiros profundos
da desgraça
Soluçando no peito do
Brasil?
[1]
Originalmente publicado na
Revista Cruz de Malta, p.26-27 (set.\ out. 1962). Os editores da revista
apresentaram o autor com as seguintes palavras aos leitores e às suas leitoras:
“CATEDRÁTICO do Seminário Presbiteriano do Norte, em Recife, João Dias de
Araújo representa uma das promessas da nova geração de ministros evangélicos
brasileiros. Sua cultura bíblica é invejável, sua identificação com a realidade
brasileira demonstra-se nestas páginas, que falam da crise nordestina. É com
justo orgulho que o apresentamos à ‘nossa família’ de leitores”.
[2]
Informações contidas no livro: RENDERS,
Helmut. SOUZA, José Carlos Dias. CUNHA, Magali de Nascimento (Orgs) As Igrejas e as mudanças sociais: 50 anos da
Conferência do Nordeste, São Paulo: ASTE, 2012.
Nenhum comentário:
Postar um comentário