sábado, 21 de maio de 2011

Uma voz...




“Voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor, Endireitai as suas veredas.” (Mc 1:3)




Nengo Vieira, cantor de reggae do recôncavo baiano em suas canções expressou muito bem o que também quero dizer: “esses homens não se cansam do poder, nossas vidas nessas mãos o que vai acontecer?” ou “ quanta gente não percebe que o trabalho desses homens está longe do amor de Deus”. Daí, o incomodo profundo em perceber que assim como Cristo detectou em seus dias, estão fazendo da casa de oração o mercado da fé.

Desta maneira, esses (as) líderes religiosos vivem uma espiritualidade de fachada, vazia e que não se preocupa com os direitos humanos e nem se coloca na caminhada como voz e mão a favor da vida em sua pluralidade existencial. Logo, quero deixar claro que não me sinto representado por muitos (as) desses líderes midiáticos que montam um cenário para que o Espírito possa atuar.

Essas pessoas não entenderam que o Espírito é livre e age onde e como quer. Assim, também o humano que vive atento ao sopro deste Espírito, sabe que Ele está agindo em diversos lugares na nossa sociedade onde a manutenção da vida está em primeiro plano. Contudo, sabe-se que nem sempre isso ocorre nos espaços eclesiásticos, uma vez que em alguns casos, o Cristo está do lado de fora da Igreja batendo na porta querendo entrar.

Então, a quem esses líderes estão servindo? Deus ou Mamon? A quem estão querendo enganar? Fariseus, hipócritas, ladrões de gravata, gananciosos que se escondem atrás de um discurso religioso e de uma espiritualidade que não humaniza as pessoas em suas relações sociais do cotidiano. Ou seja, se encaixam no que o profeta Ezequiel já condenou: “Porquanto, sim, porquanto andam enganando o meu povo, dizendo: Paz, não havendo paz; e quando um edifica uma parede, eis que outros a cobrem com argamassa não temperada;” ( Ez 13:10)

Portanto irmãos fiquem atentos na caminhada de vocês, vivendo a dimensão da fé (no Cristo de Deus) que nos liberta das amarras destes que querem limitar Deus à suas próprias práticas e ou convicções. O Sagrado é muito maior e não cabe em nossos espaços eclesiásticos e em nosso discurso. O Criador é Deus de amor e de vida e a base do seu trono é a justiça.

A Igreja em nossa contemporaneidade é uma voz diante de tantas vozes. Mas, que voz é essa? É relevante? É contundente diante dos donos do sistema? Estar a serviço de quem? Se for para falar o que não emancipa o humano, o que não gera reflexão diante de si mesmo e da complexidade de suas relações sociais, que não se preocupam com os homens e mulheres que se identificam como: “Somos senhores das favelas, somos senhores da pobreza, falta alimento em nossas mesas... Somos senhores das calçadas, somos senhores das sinaleiras, Superlotamos as penitenciárias...”. (Edson Gomes). Se não for para ser sinal de esperança para os abandonados pelo sistema, então prefiro ser mudo.


Abraço sócio-teológico, Rev. Cláudio Márcio



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