terça-feira, 2 de julho de 2013

O DESAFIO DO MICROFONE...

Ao experimentar o Divino-humano cotidianamente, a vida fica mais saborosa, pois, buscamos sentido para existência com o intuíto de "ser no mundo"...aí, o fluxo é o locus existencial do nosso século. Daí, pensando com Raul Seixas, a metamorfose é bastante importante na caminhada.

Identifico-me com Leonardo Boff quando afirma (em um contexto específico) "às vezes, temos que mudar para permanecer o mesmo!" Assim me vejo neste jogo da vida, num misto de mudança-permanência que exige reflexão, espiritualidade, coragem, risco, criatividade e práxis.

Gosto de Rubem Alves e suas metáforas que narram e provocam as transformações. Lembro neste momento da "pipoca e do piruá". Assim como Jesus de Nazaré, Rubem Alves tem uma capacidade incrível de ver o que os outros não percebem. Deste modo, o que é "aparentemente simples", é de uma riqueza extraordinária para nossas relações sociais.

Logo, como "comunicador de uma mensagem", tenho que perceber as redes identitárias de pertencimento que estão em conflito e cada um de nós participamos. Ou seja, os motivos que levam uma pessoa a igreja são múltiplos, e, a mensagem que carrego ainda é uma voz que pouco conversa com o seu chão. Tenho dito: as representações sociais que carregamos de um Cristo (apenas) europeu precisam ser sepultadas. Nosso Cristo precisa possuir brasilidades e, em nosso caso, baianidades.

Sei que é paradoxal falar de desafios de comunicação em um mundo com tanto avanço tecnológico e globalizado que também é caracterizado por sua facilidade e velocidade de comunicação, porém, na maioria das vezes, quando os religiosos ocupam esses espaços de poder (rádio e TV), há uma reprodução de tantas alienações que já vivemos. Logo, a meu ver, carece de democratização nos meios de comunicação e nas representações do próprio Deus.

A religião é uma das formas de encontrar sentido para a vida, contudo, não está fora das redes de pertencimento. Eu, sigo aqui do Recôncavo Baiano tentando dialogar com esse pedaço de chão. Movido também pelo sonho de ver a espiritualidade sendo celebrada ao ritmo do berimbau, o clamor tocado pelo mística do reggae, a alegria de nossos cultos com a vida, o sorriso que vejo no samba de roda e os tambores anunciando que o tempo da justiça chegou!

Por: Cláudio Márcio


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