Por:
Anita Sue Wright Torres[1]
Foi a defesa da vida e
dos direitos humanos que uniu Rev. Jaime Wright e D. Paulo Evaristo Arns, na
década de setenta, em plena ditadura militar. A voz profética de D. Paulo já
era conhecida quando o irmão de Jaime Wright, Paulo Stuart Wright, foi preso em
São Paulo, em setembro de 1973. Sem ter a quem recorrer, buscou ajuda com D.
Paulo.
O drama que parecia
familiar se mostrou coletivo, quando a dor de tantas outras famílias era
compartilhada com relatos de perseguição, violência, seqüestro, tortura e morte
de tantas outras pessoas que buscavam e sonhavam com um Brasil melhor.
O pastor presbiteriano e o cardeal se
tornaram amigos e trabalharam lado a lado na Arquidiocese de São Paulo, numa
vivência ecumênica e cristã que exercitava a “Teologia das Brechas”, momentos
oportunos de fazerem a diferença na vida das pessoas e da sociedade.
E foi assim que
pensaram no Projeto “Brasil Nunca Mais”, e conseguiram fotocopiar todos os
processos contra presos políticos que na época tramitavam no Superior Tribunal
Militar em Brasília. O resumo de todas as informações coletadas e
sistematizadas (presos, torturadores, torturas, etc) se transformou em um
livro.
D. Paulo e Rev. Jaime
receberam vários prêmios no Brasil e no exterior em reconhecimento ao seu
trabalho incansável em defesa dos direitos humanos.
Agradeçamos a Deus
pelos 95 anos de vida de D. Paulo, por sua dedicação e serviço ao próximo,
erguendo sempre sua voz profética quando a vida estava sendo ameaçada e
destituída de seus direitos básicos, vivendo “de esperança em esperança”.
[1]
Filha
caçula de Jaime Wright, Presidenta CONIC-ES e Moderadora do Conselho
Coordenador do Presbitério de Vitória (IPU).
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