sexta-feira, 10 de janeiro de 2020

CAMINHO SE CONHECE ANDANDO...



Por: Cláudio Márcio[1]

Saber da nossa origem e para onde vamos é uma tarefa muito difícil. As narrativas bíblicas levam isso muito a sério, pois, quando se fala do Deus dos patriarcas, podemos e devemos questionar o lugar da mulher neste processo, mas, também podemos fazer a leitura bíblica sobre a relevância da ancestralidade, ou seja, rememorar uma percepção de Deus que se revela na história.
Desta maneira, saber de onde viemos nos faz pensar os passos com mais cautela. Conforme Gonzaguinha “ a vida é um sopro do Criador numa atitude repleta de amor”, assim, para a fé cristã reformada e ecumênica, a vida é dádiva de Deus. Viemos dEle que é fonte de luz e brilha em nossa jornada.  A canção do Taizé diz: “ Ó luz do Senhor que vem sobre a terra inunda meu ser permanece em nós”.

Sabemos ainda que precisamos ter muito cuidado no ato de busca da ancestralidade, uma vez que, como sugere Rubem Alves: “ Deus é uma suspeita do nosso coração de que o universo tem um coração que pulsa como o nosso. Suspeita... Nenhuma certeza.  Fujam dos que têm certezas. Olhem bem: eles trazem gaiolas nas suas mãos. Os pássaros que têm presos nas suas gaiolas são pássaros empalhados. Ídolos ".
Quem não sabe para aonde vai, qualquer caminho serve. Ora, esse é um diálogo central do livro Alice no  país das maravilhas. É preciso saber onde se quer chegar! Sabemos que a existência é cheia de fluidez, todavia, é necessário um eixo norteador para que possamos exercer nossa conduta social.
O cantor Chico César canta: “Deus me proteja de mim e da maldade de gente boa. Da bondade da pessoa ruim. Deus me governe e guarde ilumine e zele assim... Caminho se conhece andando. Então vez em quando é bom se perder. Perdido fica perguntando.Vai só procurando. E acha sem saber. Perigo é se encontrar perdido. Deixar sem ter sido. Não olhar, não ver. Bom mesmo é ter sexto sentido. Sair distraído espalhar bem-querer”.
Meus irmãos e minhas irmãs, quero convidar vocês a se abrirem para o sopro dinâmico e subversivo do Espírito Santo. Não parem de caminhar um só instante. Tenhamos fé na vida, fé no homem(e mulher), fé no que virá. Não sabemos com precisão o que virá, mas, sabemos o que temos plantado e temos esperança para colheita.
Chegou o tempo de testemunharmos o que temos visto e ouvido. Deus tem nos acompanhado não apenas tirando as montanhas do caminho. Ele tem nos ajudado a subir com perseverança e ousadia.
Quem somos? Somos discípulos e discípulas de Jesus de Nazaré. Quem somos? Somos herdeiros da Reforma Protestante. Quem somos? Somos cristãos ecumênicos na América Latina. Quem somos? Somos nordestinos, baianos do Recôncavo. Quem somos? Somos aqueles e aquelas que foram iluminados e não podemos esconder a Luz do Senhor em nossas vidas.








[1] Prédica (sei de onde vim e para onde vou) feita em 09-01-2020 na IPU de Muritiba-BA baseada em João 8.12-19.



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