sexta-feira, 16 de agosto de 2013

UMA EBD COM O REV. JOÃO DIAS....


A vida-vinda do Rev. João Dias em nossa comunidade (IPU MURITIBA-BA), é sempre uma fé-festa. Não só como intelectual que marcou o protestantismo histórico brasileiro, mas, como um humano engajado em defesa da terra, da justiça e da vida. Sim! Houve um homem enviado por Deus cujo nome era João... E, neste domingo (28/07/13), pela manhã, nos desafiou refletindo sobre a IPU.

            Aqui, faço uma tentativa de síntese de um aulão de 50 min. em nossa EBD com o seguinte tema: IPU/ DESAFIO NOSSO DE CADA DIA. Bem, João Dias colocou sua reflexão como um ensaio para a comemoração dos 35 anos da IPU-NACIONAL que ocorrerá em Atibaia-SP no mês de setembro do corrente ano.

            Assim, a tríade discursiva baseou-se em: 1) Por que (como) surgiu a IPU? 2) Quem é a IPU hoje? 3) Quais são os nossos desafios? Como se sabe, a IPU não abre mão de sua herança histórica Reformada. Isto é, deve-se olhar não só valorizando a vida-vinda de missionários (as), mas exercer criticidade nos seus equívocos para poder avançar na jornada, pois, como aponta o cientista da religião Jorge Pinheiro, falando sobre um tipo de missões feito aqui no Brasil de forma não dialogal, "vivemos estranhos no próprio ninho".

            Foram colocadas as posturas "inquisitórias" da IPB, sobretudo em relação a juventude presbiteriana brasileira: Inquietação de muitos em não perceber as mulheres em cargos de liderança na igreja; perseguição aos eclesianos e professores dos seminários teológicos; exclusão de vidas em detrimento de regimentos de morte...

            Após algumas reuniões dos excluíd@s e formação da FENIP, o Sopro de Deus e do humano, nasce a IPU. Comunidade ecumênica de diálogos múltiplos. Isto é, seja na praça da cidade ou em órgãos como: CMI; CONIC; CESE; CEDITER...

As mulheres possuem voz através de conquistas, conflitos, afirmações identitárias e assumindo cargos que eram entendidos apenas como papéis sociais masculinos.

            A IPU e sua tentativa de ser voz profética, uma vez que o Pai nosso e o pão nosso não podem se separar. Há sem dúvida alguma uma tentativa de estabelecer diálogo com a cultura, com o chão, com as brasilidades... Contudo, os desafios são grandes, pois, em relação ao diálogo inter-religioso, João Dias nos desafiou a perceber o Sopro do Espírito em outras religiões e, que podemos sim apreender com eles no caminho.

            Penso que agora cabe também um pouco de minhas inquietações sobre os desafios da IPU. Logo, a voz profética que faz parte do ethos da IPU, só serve para outros grupos? Uma voz profética na IPU denunciaria o quê? O diálogo inter-religioso no final traduz-se em proselitismo? Como a IPU debaterá o paradigma gay? Ou seja, um gay poderá ser um eclesiano? Se sim, poderá exercer liderança?  Será que temos algo a apreender com os pentecostais e ou neopentecostais, tendo em vista seu crescimento (sonho da IPU)? Os espaços de comunicação (rádio, tv, net) não podem ser (mais) ocupados por nós?  Será que temos escutado (problematizado) dialogado com Cientistas Sociais? Cientistas da Religião? Psicólogos? Assistentes Sociais? O teólogo (a) dá conta de tudo?

            Aqui insisto como o cantor Marcelo D2 "deixa eu dizer o que penso desta vida, preciso demais desabafar". Tenho dito: amo minha igreja (IPU). Entretanto, o que encontro muito no caminho é ancião com saudade da IPB e uma juventude que não sabe o que é ser IPU. Evidente que isso não é geral! Penso que o “slogan” de nossa revista nacional pode me ajudar neste momento. Isto é, SOU CRISTÃO, MINHA IGREJA É A IPU... É isso! É político e identitário! IPU: MOSTRA TUA CARA!

             De quem muito se pergunta também: "que estou fazendo se sou cristão?"

Por: Cláudio Márcio

 

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