Por:
Júnior Amorim[1]
Ontem a Igreja Presbiteriana
Unida - IPU - fez 38 anos de existência! Grato a Deus por ter suscitado aqui no
Brasil esta comunidade de fé, comunhão, resistência e solidariedade!
A IPU nasceu no contexto da
ditadura militar, quando lideranças e comunidades ainda da Igreja Presbiteriana
do Brasil resistiram ao autoritarismo que se deu dentro e depois na sociedade
brasileira como um todo! Foram muitas as dores deste parto! Muitos homens e
mulheres foram expuls@s de suas comunidades de fé, perseguidos, exilados,
alguns mortos pela brutalidade da ditadura militar, por vezes entregues por
pessoas da Igreja oficial. Mas da resistência dest@s homens e mulheres, da
fidelidade ao testemunho de Jesus Cristo, que foi às últimas consequências em
sua coerência ao projeto do Reino e Sua Justiça, desta experiência nasceu a
IPU! Da defesa de uma espiritualidade que vincula inseparavelmente a fé às
lutas por justiça, por democracia, pela defesa da vida! Que se compromete em
promover-viver a unidade entre os crist@s - alternativa à competitividade do
mercado religioso! Que busca o diálogo interreligioso e uma cultura de paz -
alternativa à intolerância religiosa! Que reconhece a participação da mulher em
todos os ministérios! Que assume a responsabilidade de ser voz profética,
denunciando as injustiças, as manipulações dentro e fora da Igreja, que se opõe
frontalmente à mercantilização da fé, à teologia da prosperidade-ganância, ao
fundamentalismo neoliberal com suas Igrejas-empresa, poder econômico-midiático,
com sua bancada "evangélica"!
A IPU não dispõe de poder
midiático-econômico, nem de membresia numerosa, também tem suas contradições,
suas fraquezas, muitos desafios, mas que está aí, perseverando no caminho da
integridade, do serviço, da busca de ser coerente com os passos de Jesus de
Nazaré.
Rememoro o nome de algumas
pessoas de fundamental importância nesta caminhada, como representantes de
muitas vidas que se colocaram nas mãos de Deus para que pudéssemos celebrar
esta data-história: João Dias de Araújo, Ithamar Dias de Araújo, Áureo Bispo
dos Santos, Jaime Wright, Paulo Wright, dentre muit@s outr@s.
A IPU me faz pensar nesta flor de Drummond:Uma flor
nasceu na rua!
Passem de longe, bondes, ônibus, rio de aço do tráfego.]Uma flor ainda desbotada
ilude a polícia, rompe o asfalto. Façam completo silêncio, paralisem os negócios,
garanto que uma flor nasceu. Sua cor não se percebe. Suas pétalas não se abrem. Seu nome não está nos livros. É feia. Mas é realmente uma flor. Sento-me no chão da capital do país às cinco horas da tarde e lentamente passo a mão nessa forma insegura. Do lado das montanhas, nuvens maciças avolumam-se. Pequenos pontos brancos movem-se no mar, galinhas em pânico. É feia. Mas é uma flor. Furou o asfalto, o tédio, o nojo e o ódio. (A flor e a náusea) Que o Espírito Santo de Deus avive em nós as forças destas memórias - como diria o hino - para que possamos perseverar neste caminho de fé-amor-esperança-compromisso com o Reino e sua Justiça!
Passem de longe, bondes, ônibus, rio de aço do tráfego.]Uma flor ainda desbotada
ilude a polícia, rompe o asfalto. Façam completo silêncio, paralisem os negócios,
garanto que uma flor nasceu. Sua cor não se percebe. Suas pétalas não se abrem. Seu nome não está nos livros. É feia. Mas é realmente uma flor. Sento-me no chão da capital do país às cinco horas da tarde e lentamente passo a mão nessa forma insegura. Do lado das montanhas, nuvens maciças avolumam-se. Pequenos pontos brancos movem-se no mar, galinhas em pânico. É feia. Mas é uma flor. Furou o asfalto, o tédio, o nojo e o ódio. (A flor e a náusea) Que o Espírito Santo de Deus avive em nós as forças destas memórias - como diria o hino - para que possamos perseverar neste caminho de fé-amor-esperança-compromisso com o Reino e sua Justiça!
E que possamos continuar
regando-cuidando desta flor-IPU para que ela ajude a trazer beleza-perfume-vida
onde quer que esteja! Vamos de mãos dadas!
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