Se alguém disser:
amo a Deus e odiar a seu irmão, é mentiroso; pois aquele que não ama a seu
irmão a quem vê, não pode amar a Deus a quem não vê (1Jo 4.20)
Nós, Igrejas e organizações
ecumênicas membros do Conselho Ecumênico Baiano de Igrejas Cristãs (CEBIC),
repudiamos o ato de vandalismo cometido no dia 15 de julho contra o busto de
Mãe Gilda.
No dia 21 de janeiro deste ano, membros do CEBIC tiveram a oportunidade
de participar naquele local das comemorações do Dia Nacional de Combate à
Intolerância Religiosa e depois foram recebidos/as com gentileza e grande
alegria por Mãe Jaciara Ribeiro, filha biológica de Mãe Gilda, no terreiro Axé
Abassá de Ogum, em um testemunho de que
o diálogo, a pluralidade e o respeito entre as religiões são possíveis e
necessários. Saber de mais este ato de
vandalismo cometido por alguém que dizia atuar em nome de Deus causou-nos profunda
indignação e consternação, pois trata-se de mais um ato de racismo religioso dirigido
a nossas irmãs e irmãos baianos de religião de matriz africana.
Nós do CEBIC reconhecemos que, no
passado, o cristianismo, ao qual pertencemos, promoveu injúrias, ofensas e
intolerâncias contra pessoas e espaços religiosos de Candomblé e Umbanda. No
entanto, as igrejas e organizações ecumênicas filiadas ao CEBIC reiteramos nosso
compromisso com a promoção da Diversidade Religiosa e denunciamos e combatemos
o racismo, sempre em busca de diálogo e reparação, mas reconhecemos que ainda
há muitas igrejas que fazem uso indevido do santo nome do Cristo para camuflar
seu racismo. Entendemos que estas igrejas cometem blasfêmia e não fazem jus ao
nome que levam, pois Jesus de Nazaré anunciou que a forma verdadeira de se amar
a Deus é amar ao próximo como a si mesmo.
Não comungamos com quem usa a Bíblia
e o nome de Deus para praticar atos desse tipo, mas humildemente pedimos
desculpas a baianos e baianas, a religiosos e religiosas de matriz africana por
mais esta agressão por parte de “cristãos” que não vivem de acordo com os
princípios de sua fé.
Nossa solidariedade e respeito à Mãe
Jaciara e a todos os filhos e filhas do Terreiro Axé Abassá de Ogum.
Salvador, 16 de julho de 2020
Assinam pelo CEBIC:
Igreja Batista Nazareth; Igreja
Presbiteriana Unida; Igreja Evangélica de Confissão Luterana;
Comunidade de Jesus; Igreja Católica Apostólica Romana; Comunidade da Trindade; Movimento Focolares em Salvador; Coordenadoria Ecumênica de Serviço; Centro de Estudos Bíblicos; Comunidade Cristã Inclusiva do Salvador; Igreja Episcopal Anglicana do Brasil;
Comunidade de Jesus; Igreja Católica Apostólica Romana; Comunidade da Trindade; Movimento Focolares em Salvador; Coordenadoria Ecumênica de Serviço; Centro de Estudos Bíblicos; Comunidade Cristã Inclusiva do Salvador; Igreja Episcopal Anglicana do Brasil;
Nenhum comentário:
Postar um comentário