Por: Cláudio Márcio Rebouças da Silva[1]
Na
hora da colheita não se deve dormir
No
Pão e no Vinho há fonte de vida
Acolho
na memória toda beleza que me faz sonhar
O
coração alegre faz o rosto sorrir
Consagro minha vida a Ti
Na
humildade se revela toda riqueza divina
O
caminho correto não despreza a justiça
Tenho
pouco com retidão e não me alimento no banquete do ódio
Mesa
farta de iniquidade cheia de risos da opressão
Até quando, Senhor?
Discernir
no caminho as próprias amarguras
Sofremos,
choramos, lamentamos
Tristeza
não tem fim – 100 mil vidas ceifadas
Sepultura
– destruição – silêncio pela dor
Até
quando, Senhor?
Teus
ouvidos são tapados pela vaidade mortal
Olhos
com inveja é cegueira não é visão
Fétido
pecado estrutural do racismo-machismo-colonial, não passarão!
Boca
cheia de monólogos – achas que só teu canto é o mais belo?
Mãos
violentas com armas, canetas e sacramentos
Resisto
como árvore com raízes profundas em Ti
Minhas
folhas e frutos dão sombra e alimento ao cansado-faminto
Os
pássaros que me habitam sabem que sou lugar seguro
Eu
em voo, beija-flor
Eu
que fui lagarta no chão, hoje, bato minhas asas no alto
Torre
forte é o Senhor – quilombo da compaixão
Em
meio a toda calamidade ouvirei os Teus conselhos
Os
açoites da vil miséria ainda insultam os céus
Nada
vale uma fé sem ação – alienação
Que
estou fazendo se sou cristão?
Nestes
tempos sombrios serei luz de esperança
Nestes
tempos de doença serei remédio que sara
Nestes
tempos de fome serei pão que alimenta
Nestes
tempos de caos serei ordem que recria
Nestes
tempos de choro serei rebelião da utopia
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