quinta-feira, 20 de setembro de 2018

IPU: fé-luta



Entrevista concedida ao TEOLOGANDO NA SERRA sobre os 40 anos da IPU...

Sinalize um pouco sobre sua vida, isso é: nome, formação, profissão e o que mais lhe for necessário.

Sou Queila Patrícia Pereira de Jesus; tenho 25 anos e moro em Muritiba/BA, cidade onde “fui nascida e criada”. Sou Assistente Social formada pela Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), e mestre em Serviço Social pela Universidade Federal de Sergipe (UFS).

Há quanto tempo você conhece a IPU? Como ocorreu esse contato?

Cresci em uma Igreja vinculada ao ministério Batista, com características bem distintas da IPU. Conheço a IPU de “ouvir falar” há muitos anos. Confesso que carregava ideias preconcebidas em relação à instituição IPU, as quais foram sendo desconstruídas a partir das leituras de textos do Rev. Cláudio (neste blog) e idas esporádicas aos cultos. Após alguns desencantos com a perspectiva teológica que orienta o “meio evangélico” no qual eu estava inserida, tomei a decisão de vincular-me à IPU (no primeiro semestre deste ano – 2018). Meu desejo era fazer parte de uma Igreja comprometida com a justiça social; com as demandas dos oprimidos. Estava à procura de uma espiritualidade libertadora.

Qual a contribuição da IPU para o protestantismo brasileiro?

A IPU possui um conteúdo claramente político em sua formação que, em especial, encontra-se expresso no Manifesto de Atibaia e no Pronunciamento Social de 1978. Nesse sentido, acredito que uma das maiores contribuições da IPU para o protestantismo brasileiro é a afirmação/concretização da união indissociável entre fé e luta. Além disso, mantêm-se uma postura de valorização e respeito “ao outro”, que afirma uma identidade cristã e ecumênica.   

Quais as maiores dificuldades da IPU para os próximos anos?

            Acredito que uma das dificuldades é manter as dimensões de denúncia e anúncio, como o Rev. Cláudio aponta de forma contínua em suas reflexões em nossa Igreja local. A IPU é uma instituição aberta ao diálogo; atenta às demandas sociais (dos oprimidos); mantém uma postura crítica frente às amarras do fundamentalismo religioso; entre outros aspectos. Portanto, é presente um caráter de denúncia. Entretanto, precisamos (de modo contínuo) construir estratégias de anúncio da espiritualidade libertadora; de um “Deus que é leve e ri”.
            Outro desafio é o investimento em estratégias pedagógicas que estimulem a “identidade IPU” em nossas crianças e adolescentes. Desse modo, estaremos cuidando de nosso futuro e preservando a essência. 

Sinalize encantos e desencantos da IPU.

A democratização dos espaços na Igreja é um elemento que se revela na comunidade IPU. Digo isso porque é notável o protagonismo das mulheres em sua construção. Nos Princípios de Fé e Ordem, por exemplo, A IPU adota e reconhece sem qualquer sentido de hierarquia e sem distinção de sexo, raça e origem social os seguintes ministérios decorrentes do chamado de Deus: pastor(a); presbítero(a); diaconisa e diácono.
Nessa perspectiva, um dos aspectos que me encantam de modo especial na IPU são as propostas de resgate da figura feminina na Reforma Protestante, na Bíblia e na vida cotidiana (como em outras denominações).  
            Penso que os demais encantos já foram sinalizados. Para finalizar, desejo que sejamos valentes para enfrentar os desafios em uma sociedade complexa e dinâmica. Que o vento do Espírito sopre em nós!


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