40 ANOS
“E, quanto fizerdes por
palavras ou por obras, fazei tudo em nome do Senhor Jesus, dando por ele graças
a Deus Pai”.Colossenses 3:17
Mês de setembro é mês de comemoração
na IPU.E este ano é bem especial, porque nossa igreja está fazendo 40
anos. 40 anos equivalem, na Bíblia,o
tempo de “uma geração”. O número aponta para um tempo de amadurecimento: é
preciso uma geração para que as coisas amadureçam. É o tempo da maturidade. O dilúvio cessou depois de 40 dias (Gn 7.17-24); os
israelitas caminharam pelo deserto durante 40 anos para poder alcançar a terra
prometida (Dt 8.2-5); Moisés ficou no monte durante 40 dias (Êx
24.18); Jonas advertiu Nínive de que o julgamento viria após 40 dias (Jn 3.4);
Jesus esteve 40 dias no deserto orando para vencer as tentações e preparar-se para
o que teria de enfrentar em seu ministério (Mt 4.2); 40 dias separam a
ressurreição e a ascensão de Jesus (At 1.3).
Faz exatamente 40 anos que um grupo
de homens e mulheres, alguns expulsos, outros perseguidos, ainda outros
descontentes com a IPB, se uniu para recomeçar. Havia, naquele grupo, a firme
vontade de iniciar “uma nova forma de ser igreja” com propostas diferentes,
tais como: compromisso ecumênico, compromisso de se engajar na defesa de
direitos e iniciativas por uma sociedade mais justa, o compromisso de que todas
as pessoas teriam igualdade de direitos e participação nas instâncias
decisórias da igreja. Esses compromissos estão firmados em nossos documentos
fundantes:Pronunciamento Social e Princípios de Fé e Ordem, e espero que também
nas nossas práticas.
Nesses 40 anos
tivemos momentos de grande efervescência, muitas parcerias, encontros, intercâmbios,
projetos. Igrejas animadas, cheias de pessoas entusiasmadas. Também enfrentamos
muitas dificuldades, gente ou igrejas que vieram junto mas “ficaram com
saudades das panelas do Egito” e se foram. Houve críticas por parte de outras
igrejas, rupturas, erros e acertos. Mas também muitas pessoas chegaram para
colocar mais tijolo nesta construção.
Muitas de
nossas lideranças já foram chamadas para estar na presença de nosso Deus.
Homens e mulheres que tiveram a coragem de começar algo novo. Prefiro não citar
nomes pois sei que vou correr o risco de esquecer de alguém. Mas que nossos corações não esqueçam de quem
foram nossos pais e mães que fizeram esta nova IPU. Fazer memória é preciso:
somos herdeiras/os de uma geração de lutadores/as pela coerência da fé. Nossa
gratidão a todas elas e a todos eles.
40 anos!
Alcançamos a maturidade! Espero de coração que a sociedade brasileira já
conheça o nosso rosto. Diante do crescimento do fundamentalismo religioso,
diante de tantas ofertas de fé fácil e descomprometida, diante de tantas
igrejas bem mais preocupadas com marketing do que com Cristo, meu desejo é que
a IPU seja reconhecida por sua fidelidade com o evangelho de Jesus de Nazaré.
Aquele cara defendeu a partilha de bens, denunciou o acúmulo de riqueza, ensinou
o perdão das dívidas, ensinou a acolher o estrangeiro e a valorizar os
humildes, a amar todas as pessoas, até o inimigo, e a celebrar a diversidade.
Este Jesus que por sua coerência de vida e de posicionamento tornou-se preso
político, foi torturado e morto por ter denunciado um império e uma religião
que oprimiam. Esse Jesus que nos apontou para o iminente Reino de Deus que já
começou com ele e que pode ser fomentado aqui e agora.
Que a IPU continue na firme vontade de ser
“uma nova forma de ser igreja”.
Revda Sônia Mota
Esse belíssimo texto relata na íntegra a trajetória da nossa querida IPU durante estes 40 anos de vida. Parabéns Revda. Sônia!!
ResponderExcluirVerdade!O texto da Reverenda é excelente. Forte abraço👍
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