Quem é aquele de pés rachados de sandálias de couro?
Mãos fortes e calejadas de trabalhar no canavial e ou produção de fumo...
Na cabeça um chapéu de couro e ou palha, mesmo assim...
Rosto castigado pelo sol de cada dia em busca do pão em jornada pesada de trabalho...
Quem é aquele que levantou São Paulo com mão de obra barata?
Que é visto como analfabeto, preguiçoso, malandro...
Culpado pela marginalidade dos grandes centros urbanos do Brasil...
Culpado por muitos por terem nascidos...
Ah Nordeste querido... Povo sofrido e valente!
Rememoro Lampião e Maria bonita; Antônio Conselheiro; Zumbi dos Palmares...
A luta, a resistência, as estratégias de sobrevivência e de recriação do seu viver social...
Sinalizo o reggae do recôncavo e seu chamado contra injustiça social e emancipação humana...
Ah Luiz que saudade você faz... É um dos nossos símbolos do nosso chão (zabumba, triângulo, sanfona... celebração, dança, alegria, cotidiano, denúncia) Luiz, mestre do ofício!
Mas, espera um pouco... Quem é aquele que vem sentado num jumentinho?
Ôxe, quanta gente atrás dele... O que ele traz no panacum?
Pão, remédio, água, rapadura...
Ôxe, Ele carrega a peixeira na boca bem afiada e sai cortando tudo! Essa peixeira tem poder de sarar!
Será que um dia as pessoas olharão mais para Ele do que para o panacum?
Mas, o que leva as pessoas a olhar só para o panacum?
Ôxe, eu vou é fazer amizade com esse cabra danado (o homem sozinho lutou contra um império todo) e se Ele achar que preciso de algo, Ele não me deixará na mão...
Penso que Ele ta atrás de jagunços que queiram aprender a arte de carregar a peixeira na boca...
Sabe de uma... Eu vou! Pois, uma coisa é certa... Naquele jumentinho não pode ser outro, se não, Jesus de Nazaré no Nordeste brasileiro dizendo ao povo: Tu és meu! Agora senta um pouco nesta esteira e vamos comer amendoim e assar um milho. Porém, depois não esqueça: amig@ e irmão (ã) lute!
Rev. Cláudio Márcio
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