quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Necessário vos é nascer de novo... e ser mais uma vez criança!

A perspectiva cristã sinaliza, a meu ver, algo bem interessante. A saber, o Deus menino (criança), revelado em Jesus de Nazaré... Mas, que Deus é esse que se faz criança necessitando de carinho e atenção? Como pensar um Deus tão pequenino? Tão humano? Tão frágil? Ora, como já disse: para mim, esta é a beleza da fé cristã... O logos se fez carne e habitou entre nós.


No entanto, na história e por interesses diversos, Jesus de Nazaré tornou-se rico e poderoso, mudou de cor, de cabelo, cor dos olhos... Sabemos por que isso aconteceu! Não é mesmo? No entanto, penso que deve existir um resgate do pequenino que caminhava no meio dos marginalizados do seu tempo. Alguém que faz uma escolha! Servir ao projeto do reino de Deus e promover justiça e dignidade ao humano... Celebração da vida! Libertação de toda dominação que animalizava os filhos de Deus.


Assim, acredito que neste dia das crianças do ano de 2011, devemos repensar nossa jornada em algumas dimensões. Ou seja, entendemos o texto bíblico em Mt 19:14 que diz: Jesus, porém, disse: Deixai os meninos, e não os estorveis de vir a mim; porque dos tais é o reino dos céus.” Daí, o cuidado que precisamos ter para não nos encaixarmos em Lc 18:15 que diz: “E traziam-lhe também meninos, para que ele lhes tocasse; e os discípulos, vendo isto, repreendiam-nos.”


Nosso papel é sermos crianças e levarmos nossa jornada com mais leveza no coração. Nós adultos somos muitos sérios com a vida, com os compromissos... Não percebemos muitas vezes que devemos brincar. Gosto do pensamento de Rubem Alves: “Deus é alegria. Uma criança é alegria. Deus e uma criança têm isso em comum: ambos sabem que o universo é uma caixa de brinquedos. Deus vê o mundo com os olhos de uma criança. Está sempre à procura de companheiros para brincar.”


Logo, sou a favor de que nós adultos e aos líderes religiosos de uma forma geral, devemos rever nossas práticas e sermos mais humildes, mais simples na caminhada. Pois, somos muito arrogantes e queremos ter todas as respostas e entendermos de tudo... Chega de tanta centralização no líder religioso! Chega de achar que a voz do pastor é a única voz legítima na Igreja!


Sonho com um novo tempo e com uma nova comunidade... Um espaço de humanos que não desistem da vida, que são criativos, que são justos em suas ações, que estão dispostos a perdoar e pedir perdão, que partem o pão, que estendem a mão para a luta e para o afeto. Sim! É possível outras práticas religiosas que emancipem a comunidade para serem no e com o mundo. Sim! É tempo de sermos crianças...


Desta maneira, penso que precisamos entender que a vida é muito breve para gastarmos com briguinhas e ou acomodações... Quero como meus sobrinhos Arthur, Gustavo e Raiana brincar até cansar e depois com o corpo cansado e os olhos fechando lutar contra o sono e desejar brincar mais um pouquinho... Aí, nós adultos pensamos: amanhã vão acordar tarde... Estão cansados. Ora, pura ilusão... Raiou mais um dia e a “bateria” tá recarregada... Vida em plenitude para mais um dia... Viva a espontaneidade e a vontade de viver de uma criança!


Abraço sócio-teológico


Cláudio Márcio



OBS: O meu objetivo não foi falar do sentido mercadológico desta data e nem das inúmeras crianças que não possuem direito a infância. Ou seja, estão trabalhando nas esquinas da nossa Pátria querida, são marginalizadas por sua cor de pele, religião, sexualidade, classe econômica... Meu desejo, neste momento é provocar nós adultos (sobretudo @os líderes religiosos).

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