Aqui no território do
Recôncavo da Bahia existem atributos arquitetônicos que enchem de encanto
nossos olhos. É possível ainda salientar que em muitos destes prédios suas
portas e fechaduras são bastante trabalhadas com desenhos e traços de extrema beleza,
porém, é apenas o acesso às suas chaves que podem nos levar ao outro lado,
desvelando os segredos internos de cada espaço. O que há lá na travessia?
O que fazer quando nos faltam as chaves? Ter as
chaves diante de portas erradas resolve alguma coisa? Já presenciou uma
pessoa bastante alcoolizada tentando abrir uma porta?
Evidentemente
que não estou interessado em análises sobre formas, tamanhos e composições em
que as chaves são elaboradas. Vos digo meus irmãos e irmãs: a metáfora não é do
cotidiano apenas, mas, da existência. Ah, vós que acumuleis chaves em busca de
prestígio e poder, hoje vossas fechaduras serão trocadas e, de que adianta
vosso riso irônico se não podereis entrar? Vossa aparência de alegria é
denunciada pelo desespero dos teus olhos. Adiantará chorar? Se tais lágrimas te
fizerem perceber e ou utilizar cada chave para seu momento específico, então
irmãos e irmãs, choreis copiosamente. Caso contrário, aconselho-vos a parar de
atuar.
Honestamente,
tenho acreditado que somente uma chave não é suficiente para decifrar os
segredos e as combinações da nossa complexa existência, haja vista que são
muitas portas (e cada uma delas tem sua própria fechadura) e constantemente as
chaves desaparecem, quebram, desgastam... São necessários os chaveiros da fé,
da ciência, da fantasia, da arte, da utopia... Embora todos eles sejam também
demasiadamente humanos e portanto em certos momentos não conseguirão fazer a
cópia de determinadas chaves! Sim, existem portas que continuarão fechadas até
que nossa vida terrena seja findada. Mas de fato existem essas portas? Quem as
viu?
De
qualquer sorte desejo aos irmãos e imãs que não percam suas chaves...
Muritiba-BA, 13 de dezembro de 2016
Cláudio Márcio
Art Suzart
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