“Bem-aventurado o que acode ao necessitado; o Senhor livra-o no dia mal”
(Sl 41.1)
Por: Cláudio
Márcio
Somos convidados por Jesus (o camarada de Nazaré) a exercer uma
espiritualidade que não exclua duas percepções significativas em nosso
cotidiano, a saber: a alteridade e a empatia. Sim, apenas vendo o outro e se
colocando em seu lugar seremos efetivamente filhos e filhas de Deus.
Não é possível viver uma indiferença diante de tantas calamidades que
nos cercam. Pensando com Edson Gomes (cantor de reggae do Recôncavo baiano)
quando diz: “tanta violência na cidade -brother é tanta criminalidade”. Sabemos
que neste processo de violências múltiplas é o corpo afro-indígena que “tomba
ao chão”. Até quando?
O que as comunidades eclesiásticas podem e devem fazer neste contexto? É
com muita tristeza que percebemos a instrumentalização da fé cristã em um
paradigma político que gera morte e nega direitos humanos e sociais que foram
conquistados com tanta luta, lágrima, sangue e suor. Esses religiosos na
política frequentam a igreja todo domingo, todavia, “este povo me honra com
os lábios, mas seu coração está longe de mim” (Mt 15.8).
De fato, é preciso salientar
também que há setores dos movimentos ecumênicos se articulando, refletindo
criticamente, reformulando discurso e prática com o desejo de produzir outra
realidade mais equânime. Suspeito que mística e engajamento pode ser uma
alternativa satisfatória, ou seja, uma espiritualidade diaconal e acolhedora.
É preciso uma tomada de decisão. Não é suficiente ir à igreja aos
domingos, ler a bíblia e orar, ou seja, é preciso perguntar: como leio a
bíblia? Ore, entretanto, lembre-se que Jesus fez o milagre da multiplicação dos
pães, porém, quem levou foi um menino. Faça sua parte e “Deus fará a d’Ele”,
pois, “quem recusar ouvir o grito do pobre também gritará e não será ouvido”
(Pv 21.13).
SUZART
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