“A religião pura e
verdadeira para com Deus e Pai, é esta: visitar os órfãos e as viúvas nas suas
tribulações, e guardar-se da corrupção do mundo” (Tiago 1:27)
Por: Cláudio Márcio
Dia 31-03-19 na Igreja Presbiteriana Unida
(IPU) de Muritiba-BA, estudamos na Escola Bíblica Dominical (EBD) sobre memória, fé e justiça social. Trouxemos
à memória Paulo Stuart Wright e Ivan Mota
Dias, ambos foram exterminados nos “porões da ditadura militar brasileira”.
Desta forma, o que levou aqueles (e tantos outros e outras) jovens a se entregarem
a um projeto de construção nacional? Qual a razão do silêncio no que se refere a produção de narrativas feitas por
setores do protestantismo ecumênico e progressista em solo brasileiro?
Nestes casos específicos, são jovens
presbiterianos completamente influenciados pelo missionário e sociólogo Richard
Shaull. A fé cristã deveria ser um convite para grande utopia de um paradigma
societário cheio de justiça e compaixão. Não basta orar e ou frequentar as
igrejas, é preciso cultivar uma “mística revolucionária”. Ora, se “sem fé não se agrada a Deus” (Hebreus
11:6ª) semelhantemente, sem a dimensão prática como nos ensina a parábola do
Bom Samaritano (Lucas 10:25-37), seremos apenas religiosos cumprindo obrigações
estabelecidas.
Cabe ressaltar que há memórias
extremamente “perigosas” e por isso alguns insistem em uma pedagogia política do esquecimento, todavia, é urgente processos de
rompimento do silêncio, ou seja, o avivamento da memória de um jovem
presbiteriano (presbítero), com formação em sociologia, eleito deputado e sendo
capaz de ouvir os clamores do povo, logo, isso não pode ser esquecido.
Entregar a vida a um projeto emancipatório
e democrático custou a vida desses jovens deixando a saudade, a dor e, também,
a crença na luta pela liberdade de expressão. É preciso total repúdio ao golpe
de 64 e com muita coerência reflexiva dizer: #DitaduraNuncaMais.
Nossa comunidade religiosa encontra-se
comprometida com esse ato de rememorar parte da história para que se possa
criar estratégias de uma espiritualidade engajada na diaconia libertadora. A
celebração e defesa da vida deve ser um compromisso de cada cristão, isto é, fé
e compromisso podem e precisam ser faces da mesma moeda.
Oração:
Ó Deus, obrigado pela vida de homens e
mulheres de dentro e de fora das igrejas que deram suas vidas pela liberdade
democrática. Senhor, Teu filho também foi um prisioneiro político, assim, sabes
das dores que essas famílias sofreram e sofrem. Por favor, ajude essas famílias
em suas jornadas e coloca seu óleo naqueles e naquelas que trazem em seus
corpos as cicatrizes dos anos de chumbo. Que este momento terrível nunca seja
vivido novamente. Em nome do camarada de Nazaré, isto é, Jesus Cristo, amém!
(Prece feita em
08-04-19)
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