Ó Deus, fonte de toda vida e esperança,
tenha compaixão de nós e nos coloque de pé na estrada. Tem sido difícil seguir
com tantas notícias tristes que afetam nossa jornada. Extermínio da população
negra, indígena e da comunidade LGBTs. Mulheres sendo agredidas, assediadas,
demonizadas, assassinadas. E o que as igrejas tem a dizer sobre isso?
Ah, Senhor! Oram e cantam tanto. Fazem
jejuns e se sentem teus exclusivos representantes na sociedade. Todavia, o
evangelho já nos adverte sobre essas pessoas quando diz: “este povo me honra
com os lábios, mas seu coração está longe de mim” (Mt 15:8). Assim, ó Deus,
muitos grupos só olham para os céus e esquecem de assumir um compromisso com o
chão que pisam. Espiritualidade que não gera vida e nem justiça social. Trata-se
de uma aparência, pois, são hipócritas!
Ó Deus, quero conhecer-te todas as manhãs.
Quero saber ouvir tua voz com o som dos pássaros. Sentir teu perfume ao passear
pelo jardim. Quero ser capaz de mergulhar meu pão no vinho e continuar olhando
para cruz. Ó Deus, ao imergir em mim encontro um pouco de ti. Ao olhar para o
outro empaticamente só vejo tua face. Quem sou eu afinal de contas? O que
queres de minha vida?
Senhor, sei que me conheces na minha
inteireza e na minha complexidade. Sei também que inclinas teus ouvidos com o
intuito de ouvir minha voz. Desta maneira, em meu sussurro digo: sou teu
Senhor! Nem sempre consigo compreender exatamente o que de fato isso significa,
contudo, basta saber que não estou sozinho, isso me basta.
Nos dias que estou confuso, é nas asas do
furacão que tua voz me diz: tu és meu! Tu és meu filho amado! Não te abandono e
guardo sua entrada e saída. Ali, diante de contextos e realidades improváveis é
que Tua Graça brota com esperança e meu coração se enche de leveza e beleza.
Ó Deus, a comunidade religiosa pode ser um
espaço de cura, porém, tem promovido doença em muitos que dela participam. Teu
jugo é suave e teu fardo é leve. É urgente o mutirão da construção de uma
espiritualidade aberta, questionadora, humana, acolhedora. Uma espiritualidade
que gere compaixão. Uma espiritualidade profética e emancipadora. Uma
espiritualidade diaconal que não escolhe o palco e os aplausos, mas, os
bastidores para que somente o nome de Jesus de Nazaré seja celebrado. Amém!
(Prece
feita em 28-03-19)
Muito bom!
ResponderExcluirGrato, professor😉
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