domingo, 17 de setembro de 2023

A REBELIÃO DO PERDÃO...

 

Por: Cláudio Márcio R. da Silva[1] 

Quando assumimos o projeto de Jesus de Nazaré, nos abrimos para uma espiritualidade profunda enraizada nos humanos e em suas múltiplas maneiras de existir, pois, o verbo se fez carne e habitou entre nós, ou seja, Deus se humanizou e veio ao nosso encontro para nos salvar, perdoar e libertar do cativeiro do pecado e da morte.

Cremos que o projeto de Jesus de Nazaré é de vida com plenitude para quem necessita, uma vez que, o perdão e a misericórdia é algo central nos Evangelhos, todavia, por vezes, infelizmente, muitas igrejas escolhem e assumem um projeto de poder, de controle e de morte.

É urgente problematizar: o que querem essas igrejas? A quem servem? Para que servem? Como sugere a canção de reggae do Recôncavo baiano de Sine Calmon: “esses homens não se cansam do poder, nossas vidas nessas mãos o que vai acontecer”? 

Bem, o compromisso dos cristãos deve ser a fé prática, a coragem de servir, o desejo e o desafio de amar, acolher, perdoar e cuidar de cada pessoa em vulnerabilidade social clamando por justiça social e dignidade humana.

 Assumir uma experiência com o Evangelho de Jesus de Nazaré é não agir com indiferença diante dos injustiçados e injustiçadas do campo e da cidade. Devemos ter fome e sede de justiça. Devemos construir uma realidade nova em que a justiça seja símbolo de um ribeiro impetuoso.

Com efeito, cada discípulo e discípula de Jesus de Nazaré deve assumir o mutirão do Reino de Deus salgando e iluminado este mundo, pois, o que estamos fazendo se somos cristãos? Espero, honestamente, que sejamos movidos por utopia prática na rebeldia do perdão para que a justiça e a paz possam se beijar.

 


[1] Reverendo da Igreja Presbiteriana Unida de Muritiba-BA.

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